O poster, há cerca de 30 dias, vem denunciando a farsa  que representa a senadora Kátia Abreu (DEM-TO). Além de farsante, ela integra um restrito grupo de parlamentares mal intencionados, financiados pelo agronegócio para defender seus interesses nem sempre republicanos e voltados, em sua maioria, a criar situações de legalidade no esboço jurídico do país com vistas a assaltar o erário.

Um aperitivo do modus operandi da senadora foi publicado hoje na caixa de comentários do Quinta Emenda, a seguir reproduzido:

 

Os empresários Eike Batista e Daniel Dantas travaram uma “disputa de lobbies” no Senado, há cerca de dois meses, em torno da atuação do setor empresarial nos portos do país. Segundo relatórios da Polícia Federal relativos à Operação Satiagraha, o embate pode ter envolvido pagamento de propina e tráfico de influência. O motivo foi a votação de uma emenda a medida provisória que tratava dos portos.


Em escuta telefônica que consta do relatório da PF, Arthur Joaquim Carvalho, cunhado e homem de confiança de Dantas, afirma ter ouvido que a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), relatora da MP, recebeu R$ 2 milhões da empresa OAS para propor uma emenda à medida provisória. Essa emenda era contra os interesses de Dantas. Kátia Abreu nega ter recebido propina.


A conversa gravada pela PF em 27 de maio é de Carvalho com o publicitário Guilherme Sodré, o Guiga, amigo do governador Jaques Wagner (PT-BA). Segundo a PF, Guiga também atuaria para Dantas. Ontem, o Painel revelou que o Opportunity tinha forte interesse na MP.


A senadora desistiu da emenda à MP no dia seguinte porque, segundo ela, houve acordo com o governo, que teria prometido publicar um decreto com o teor da emenda.


Kátia Abreu pretendia permitir que controladores de portos privados pudessem movimentar cargas de outras empresas, sem limites de quantidade. Uma resolução da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) limita essa movimentação. A emenda beneficiaria Eike Batista, que tem o projeto de investir R$ 6 bilhões em um porto em Peruíbe (SP).


A senadora afirma que se encontrou de forma “transparente” com Eike e com representantes de outras 11 empresas, incluindo a OAS, para tratar de sua emenda. Vários congressistas ouvidos pela Folha disseram que Eike fez lobby a favor da proposta. Se passasse, a emenda de Kátia Abreu prejudicaria Dantas, cujo grupo possui a Santos Brasil, empresa que opera terminal portuário. Entre outras coisas, abriria espaço para a entrada de uma forte concorrência.