Está mal contada a história do afundamento de duas barcaças carregadas de minério no Lourenção, à altura de Nova Ipixuna, na entrada do Lago de Tucuruí. Versão corrente de que pode ter havido crime premeditado não bate bem com os procedimentos corriqueiros de quem trabalha em tal atividade. A hipótese de que as embarcações teriam sido desamarradas propositalmente do porto onde se encontrava, descendo à deriva até chocar-se com os pedrais do furioso Lourenção, ocorreria caso a tripulação (ou parte dela) não estivesse no interior do comboio, durante a noite em que ocorreu o acidente.

Que conhece o modus vivendu de marinheiros do Tocantins entende que isso é quase impossível, considerando-se, inclusive, a quantidade de proeiros trabalhando nas barcaças da Cosipar.

Explicação mais convincente precisa vir à luz. As possibilidades de reativação da navegação do Tocantins não podem ser chamuscadas dessa forma, inda mais se no meio de tal imbróglio existem pentelhos de algumas entidades (como as colônias de pescadores) querendo parar a hidrovia no peito, ameaçando com ações na justiça a sua trafegabilidade.

A Cosipar foi corajosa e destemida lançando-se ao desafio de mostrar que a hidrovia é um bem comum. Agora, não pode jogar “Lourenção” abaixo todas as iniciativas. E muita grana torrada.