Texto de Luciana Genro, filha do ex-ministro da Justiça, Tarso Genro:

 

A família Sarney governa o Maranhão há décadas, e este Estado é um dos mais pobres do país. Enquanto o povo come farinha, Roseana e seus asseclas comem patinhas de caranguejo, camarões e outras iguarias.

A selvageria no presídio do Maranhão acabou trazendo à tona esta realidade do Estado governado pela família Sarney, a qual o PT vem dando sustentação desde que chegou ao poder. A selvageria promovida pelos presos do Maranhão é reflexo da selvageria do sistema prisional brasileiro.

Os presos são tratados de forma que não se admite tratar os animais. Vivem em celas superlotadas e imundas. Morrem de tuberculose. Os que querem trabalhar não conseguem, pois o sistema dificulta o acesso a este direito. Estudar é ainda mais difícil. E ainda dizem que o objetivo é a ressocialização!!

O que eles recebem lá dentro é um tratamento cruel e degradante, além e uma pós- graduação em violência e crime. Não é de admirar que se comportem de forma criminosa, cruel e degradante também. Tudo que vai, tem volta. É a tragédia da desumanidade.

Loic Wacquant, em As Prisões da Miséria, demonstra como o “mais Estado policial” tem substituído o “menos Estado econômico e social”, e que este menos é, em última análise, a causa do aumento da violência generalizada. Ao invés de um tratamento social aos problemas sociais, nos deparamos com um tratamento penal cada vez mais duro, uma penalização da miséria, uma verdadeira ditadura sobre os pobres.

Nas última décadas  tivemos um aumento de 78% no montante de encarcerados no Brasil, na sua ampla maioria pobres, negros e jovens, mas o hiper encarceramento não se traduziu numa diminuição da violência. Ao contrário, com um sistema prisional como o que temos, quem sai de lá vivo, sai ainda mais violento.

Os acontecimentos do Maranhão demonstram isso de forma brutal. Enquanto os de baixo são tratados com selvageria, os de cima comem camarão!