O setor guseiro sedimentado no estado de Minas Gerais sempre foi controlado por empresários gananciosos pouco afeitos ao debate das questões macro. Suas preocupações visam exclusivamente interesses pessoais -, em nome dos quais movimentos inescrupulosos afloram na maior naturalidade -, desprezando por isso as boas relações e o respeito até entre os próprios colegas usineiros.
No início da implantação do distrito industrial de Marabá, essa cultura medieval foi transportada com todas as letras para aquele parque, acompanhada de conseqüências danosas aos setores mais diversos da sociedade, entre elas, o desprezo total a valorização dos bens municipais, evasão de tributos, importação de mão-de-obra em detrimento do trabalhador regional, transferência do faturamento líquido das empresas às contas bancárias de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e entorno -, entre muitas outras sacanagens.
Apesar de poderoso, o setor guseiro sempre foi visto pelos demais segmentos da economia nacional como atividade marginal, exatamente em decorrência desse perfil “acabraiado” construído ao longo dos anos pelos principais donos desse tipo de siderurgia.