Secretário de agricultura Jorge Bichara se reuniu com o representantes de instituições ligadas à assistência técnica, financiamento e fomento à produção agrícola nas dependências da Secretaria Municipal de Agricultura (Seagri). A reunião foi realizadas para discutir arranjos inerentes à produção da mandioca em Marabá e região. O principal objetivo do encontro foi observar a situação atual dessa escassa produção e buscar soluções com vista ao início de um plano piloto em Marabá, que aos pouco se expandirá a outros municípios da região.

O secretário municipal de Agricultura fez um breve relato das condições da Seagri, destacando que, para início, já dispõe do minimamente necessário para contribuir nesse processo, citando a existência de 10 máquinas, a aquisição em curso de mais três com os devidos implementos, e que apresentará em breve ao prefeito João Salame um planejamento para até 2015, pontuando as ações daquela secretaria, que inclui a contratação de operadores para esse maquinário.

Diante de interdição de mina de calcário regional, Jorge Bichara frisou o mecanismo que está utilizando para adquirir o produto necessário à correção de solos que, embora trazido do vizinho estado do Tocantins, pode chegar mais em conta ao produtor rural de Marabá.

O corretivo de solo é adquirido em parceria com os produtores rurais, sendo que a Seagri oferece um caminhão com combustível e motorista e os agricultores pagam o produto na origem, a travessia do Rio Araguaia, em uma balsa, e ajuda de custo para alimentação do motorista. Segundo o técnico agropecuário Milton França, servidor daquela secretaria, de acordo com as análises de solo, cada hectare de terra em Marabá carece de 1,5 a 2,00 toneladas de calcário, cujo preço gira em torno de 100 reais por tonelada, na área do plantio.

Leonardo Santana, representante da Agroatins, assim como Iale da Glória, coordenadora da Emater regional, citaram os entraves na produção e processamento da mandioca na região, que vão desde a má qualidade genética da espécie ao desperdício de matéria-prima, o que torna inviável a cultura nesses moldes.

O tesoureiro da Cooperativa União, Rubens Miranda, lembrou que no PA Escada Alta, na região do Sororó, havia cerca de 18 produtores de mandioca, no início do PA. Hoje, somente uns cinco ainda mantém esse tipo de cultivo, a maioria para subsistência. Foram diversos os fatores que culminaram na desistência, incluindo aqueles citados pelos representantes da Agroatins e Emater e também a falta de mecanização.

Para compensar essa situação, Daniel Mangas, representante da Embrapa no sudeste do Pará, disse que inúmeros tipos de mandioca e macaxeiras de boa genética chegarão ao município, o que foi reforçado por Fabrício Ferreira, também da Embrapa, ao afirmar que seis tipos (três de mandioca e três de macaxeira) já servem de experiência na região de Sororó, mas que ainda não produziram os efeitos desejados em consequência do curto tempo do plantio, ocorrido em dezembro de 2013.

Outra pauta do encontro foi o planejamento de um seminário envolvendo o setor produtivo, quando serão explicitados todos os problemas e soluções para industrialização da mandioca, que pretende não só a fabricação de farinha, mas uma total verticalização de todos os produtos possíveis derivados da mandioca e macaxeira. Também participaram do encontro representantes da UEPA, Basa, Banco do Brasil, Adepará, Sagri, Fecat e Incra.

Fortalecendo cooperativas

Cooperados e não cooperados se reuniram  na Seagri  para discutir os rumos da Cooperativa União, que luta desde sua fundação para estruturar-se e tornar-se, de fato, um organismo representativo dos produtores rurais de Marabá. O encontro, de acordo com Jorge Bichara, secretário municipal de Agricultura, foi bastante promissor e deve fazer da Cooperativa União um órgão de grande expressão regional.

Mais de 20 produtores rurais fizeram-se presentes, abrangendo áreas importantes como pecuária, agricultura, fruticultura e piscicultura. Boa parte aderiu de imediato à cooperativa e tudo indica que a adesão será bem maior. “Hoje a União já detém o maior PIB da produção rural de Marabá”, enfatizou o secretário de Agricultura.

Num segundo momento, Bichara discutiu com outro grupo as demandas reprimidas relativas a 2013. Os produtores reclamam da falta de alguns benefícios que culminaram em prejuízos ou numa produção de menor escala.

Entre os tópicos mais importantes está o calcário, que a SEAGRI não pode simplesmente doar aos agricultores. No entanto, todos concordaram com a aquisição e logística por meio de parceria SEAGRI/produtores Cooperativa União, Rubens Miranda.

Até o fim da semana serão definidas visitas às instituições que também podem contribuir para soluções de algumas demandas (Prefeitura, Incra, instituições financeiras) como contratação de operadores de máquinas pesadas, financiamento da produção, estradas para escoamento da produção, entre outros.