Quem informa é a jornalista Kelia Santos:

De 27 de abril a 6 de maio, Marabá viveu dez intensos dias de programação acadêmica, cultural e literária no Centro de Convenções Leonildo Borges Rocha, durante o 1º Salão do Livro de Carajás.

Durante os dias de evento, a movimentação foi de 60 mil pessoas, superando as expectativas.

Os 32 estandes venderam cerca de 55 mil livros, o que girou em torno de um milhão de reais em negócios.

Para o 1º Salão do Livro de Carajás, o Governo do Estado disponibilizou bônus de 200 reais para aquisição de livros para os professores da rede estadual de ensino dos 34 municípios das regiões de integração Araguaia, Carajás e Lago de Tucuruí, totalizando 400 mil reais.

Segundo Arilene Piedade, coordenadora do Sistema Estadual de Bibliotecas Escolares, 20 municípios usaram o benefício.

“A nossa avaliação é bem positiva para um primeiro salão, essa adesão de 50% é muito válida. Os professores que não bonificaram o CredLivro aqui podem, se quiserem, usar em Belém. Eles, inclusive, podem, via procuração, permitir que outras pessoas possam fazer essa compra”, informou.

Enquanto isso, dos professores da rede municipal de ensino de Marabá que ganharam o CredLivro, no valor de 150 reais, disponibilizado pela Secretaria de Educação de Marabá, 85% usufruíram da bonificação, de acordo com a Superintendência de Negócios do Banco do Estado do Pará.

No último dia do evento, o Grupo Camapu, de Belém, encantou as crianças, pela manhã, com o teatro de bonecos “Borbô”. A pequena Maria Alice Antunes de Miranda da Rocha, que só tem quatro anos e diz o nome completo toda orgulhosa, adorou. “Gostei porque tem o pequeno príncipe”, disse a garotinha.

A mãe da Maria Alice, Laena Antunes, afirmou que a apresentação foi uma das mais esperadas. “É uma linguagem muito poética, que a gente tem a impressão que as crianças não vão compreender, mas no final do espetáculo, a minha sabia que a lagarta tinha virado uma borboleta, estavam atentos, o salão do livro está de parabéns”, avaliou.

À tarde, educadores e estudantes participaram da palestra “Literatura inclusiva: desafios e possibilidades”, com a professora da sala de recursos e de literatura Walquiria Milhomem. “O primeiro desafio é fazer o cumprimento das leis, o que está previsto são acessibilidades de um modo geral, como arquitetônica, de formação. Outro grande desafio é esse processo formativo de quem se encontra nos espaços de leitura e bibliotecas, elas ainda precisam muito aprender como proceder diante de uma pessoa com deficiência. A gente tem editoras, sendo que mais de 40 já aderiram por questões legais, baseada na LBI (Lei Brasileira de Inclusão) para tornar os seus livros acessíveis”.

A professora esclareceu que as escolas têm possibilidade de conseguir livros inclusivos no formato Daisy, um novo sistema de livros digitais sonoros que tem como objetivo ajudar deficientes visuais ou qualquer outra pessoa que possua ter dificuldade de acesso a materiais escritos tradicionais, a partir do correto preenchimento do censo escolar, incluindo os alunos com deficiência. Além disso, Walquiria Milhomem explicou que algumas instituições filantrópicas e editoras, como a Dorina Nowill, doam livros em Braile.

“Às vezes o aluno consta na escola, mas ele não está inserido no censo, como um aluno cego que precisa desse livro acessível. Quando a gente faz a escolha do livro didático, a gente já tem que deixar claro, se vai precisar desse livro e quais alunos vão precisar. (…) o acesso ao Instituto Benjamim Constant pode viabilizar esse material para o professor, outro acesso é a editora Dorina Nowill e a Arara Azul, sem falar o portal do livro acessível”, explicou.

A programação encerrou com o espetáculo “Burlesque”, da Companhia de Dança de Marabá Yaguara, inspirado no musical norte-americano de mesmo nome, que lotou o auditório. Depois a plateia curtiu o circuito sertanejo com Dedê Alves e Banda.

Ainda dentro da programação, a Academia Paraense de Literatura de Cordel diplomou os cordelistas residentes em Marabá, Adão Almeida, Uchoa de Castro, Lusinete Bezerra e Valdir Araújo. Segundo o presidente da entidade, Cláudio Cardoso, com os novos diplomados somam 20 cadeiras na academia, mas esse número será duplicado com os novos cordelistas que serão empossados na 22ª Feira Pan-Amazônica do Livro, em Belém.

“Desde o primeiro encontro de cordelistas, há oito anos, já vinham amadurecendo a ideia de fazer a academia e no dia 9 de janeiro de 2018 concretizamos esse sonho. Agora no oitavo encontro de cordelistas, no dia 9 de junho, na 22º Feira do Livro, a partir das 10 horas da manhã, vamos realizar novas posses, virá a cordelista de Aracaju (Sergipe), Isabel Nascimento, e um do Rio de Janeiro, Aderaldo Luciano. O movimento está crescendo, a ideia é expandir para outros municípios do interior do Estado”, relatou.

Na foto, cordelistas residentes em Marabá diplomados pela Academia Paraense de Literatura de Cordel:  Adão Almeida, Uchoa de Castro, Lusinete Bezerra e Valdir Araújo.