No início da noite de quarta-feira (1º),  por cerca de três horas, moradores do Bairro Norte, a conhecida“Invasão da Ponte”, interditaram a ponte Rodoferroviária, sobre o rio Tocantins, que liga a Nova Marabá ao bairro de São Félix.

Os manifestantes reivindicavam, principalmente, a instalação da rede de energia elétrica na área ocupada há cinco anos por cerca de 350 famílias. Queimando pneus e pedaços de madeira, os moradores só aceitaram desobstruir a ponte após a intermediação do prefeito João Salame que comprometeu-se em reunir com a Celpa e lideranças comunitárias para avaliar a forma de atender o pedido da comunidade.

Uma primeira reunião aconteceu hoje (2), no gabinete do prefeito (foto, executivos da Celpa e o prefeito).

Celpa

 

Na ocasião a Celpa, que fez o corte da energia clandestina utilizada pela comunidade, garantiu que liga a energia para o novo bairro, se a Prefeitura fizer a colocação de postes. O maior problema, no entanto, é o fato de se tratar de uma área em litígio. Assim, caso o proprietário que está requerendo a reintegração, consiga ganhar na justiça todo o trabalho da prefeitura, que não é barato, será perdido.

Nesta sexta-feira (3), a partir das 16 horas, o prefeito, que será representado por equipes da Superintendência do Desenvolvimento Urbano (SDU) e da secretaria de Viação e Obras Públicas (Sevop), promove reunião entre os representantes da comunidade e a Celpa, buscando uma solução rápida para o impasse.

Operação desbloqueio – Prefeito João Salame havia viajo à tarde para Belém, no final da tarde de quarta-feira, onde teria encontro nesta quinta com  técnicos da Caixa Econômica para tratar de projetos de infraestrutura para Marabá.  Por volta das 19 horas, ele tomou conhecimento do bloqueio da ponte e começou a acionar assessores e a própria Celpa, no sentido de enviar  emissários  para negociar, com organizadores da manifestação, a  liberação do tráfego.

Como a prefeitura está em fase de recesso administrativo, até este domingo, 5, as dificuldades para o prefeito encontrar representantes do governo foi grande. Ele mesmo, então, começou a disparar ligações para lideranças comunitárias, executivos da Celpa, além de autoridades do setor de segurança. “Tem muitas famílias que atravessaram a ponte, nos dois sentidos, para aproveitar o feriado de Ano Novo. Deve ter crianças, pessoas idosas presas dentro de veículos, sem poder atravessar o rio. Isto não é uma maneira correta de saudar a chegada de novo ano, penalizando a população”, dizia ele, nas tratativas.

Por volta de 20 horas, quando falou com a gerência da Celpa, garantindo um encontro na manhã desta quinta-feira com uma comissão de moradores do Bairro Norte, Salame escalou o assessor Noé Lima para ir até a ponte propor sua desobstrução com a garantia de que às 9 horas seria encontrada solução para a falta de energia no bairro.

“Como a população sabe que nós temos um prefeito de palavras, que cumpre seus compromissos, os manifestantes deram um voto de confiança e aceitara, na boa, abrir o tráfego sobre a ponte”, conta Noé.

Bem cedinho, o prefeito pegou avião de volta a Marabá e participou  do encontro com a comissão e executivos das Celpa.

Durante a reunião que ocorreu no auditório da prefeitura, o prefeito fez um apelo aos moradores do bairro. “Quando vocês tiveram problemas graves para resolver, me acionem diretamente, vamos procurar sempre dialogar, antes de partir para uma ação radical. Eu sei que vocês têm seus motivos e o direito à manifestação, mas evitemos desgastes desnecessários. Eu sou defensor da população e, por ela, creiam, faço o que for possível para sanar dificuldades”.

A comissão saiu satisfeita do encontro com o prefeito, seus assessores e a gerência da Celpa.

Prefeito, comissão de moradores e executivos da Celpa, no auditório da prefeitura
Prefeito, comissão de moradores e executivos da Celpa, no auditório da prefeitura