Primeira de uma série de viagens do projeto “Andando pelos Rios da Amazônia”, o trajeto de Belém a Moju foi realizado sábado, 19, por 42 jetskistas. Convidado pelo filho Thiago Bogéa a fazer parte do grupo, o pôster viveu momentos de agradável emoção ao singrar águas da Baia do Guajará, cruzando a foz do rio Acará até encontrar a boca do rio Moju.
O grupo de aventureiros deixou o “Espaço Náutico” – moderna garagem náutica recentemente aberta na capital -, às 10h50.
As águas nervosas do Guamá, empurradas pelos fortes ventos que sopravam naquele momento, deslizando sem controle ao longo da baía, ficaram mais agitadas com a aceleração das potentes máquinas ziguezagueando em direção ao Arapari, ponto de referência para quem não tem noção geográfica da direção real do município do Moju, pela baía do Guajará.
Passando ao largo da Ilha das Onças, as cilindradas selvagens dos Jets ecoavam ruídos harmônicos, como em diapasão, multipicando a sonoridade através da propagação natural da mata.
Pura emoção em plena baía rumo a uma indescritível emoção.
O pôster estava iniciando a realização de um grande sonho: percorrer os rios da Amazônia num Jetski, abrindo, naquele momento, uma série de muitas outras viagens programadas pelo empresário Lionel Pinho (dono da Directjet, concessionário da marca Seadoo na região Norte).
Trinta minutos depois de deixarmos o porto de Belém, passávamos pela foz do rio Moju, conhecendo o encontro das águas dos rios Acará com aquele. Na primeira foto abaixo, na foz do Acará pode ser vista a ponte da Alça, bem longe.
Abaixo, imagem está bem mais próxima, cinco minutos depois de sairmos da foz do Acará.
Esta é a ponte 2 sobre o rio Moju. A outra ponte sobre esse rio é a que foi construída em frente à cidade do mesmo nome.
O rio Moju é envolvente, sentindo-o de perto, tocando suas águas.
Dá para perceber áreas imensas preservadas, sem o processo de assoreamento que está matando os rios Tocantins e Itacaiúnas.
Até a foz do Acará, o pôster exercitava maior controle sobre o Jet, recentemente adquirido, máquina potente que, de certa forma, ao nos esforçarmos para domá-la, deu certo trabalho, até se familiarizar com seus instrumentos.
Depois foi correr pro abraço.
Thiago, meu filho, conduzindo sua mulher, teimava em zoar com meu desempenho inicial nas águas da baía, pesadas e ariscas, mas depois teve de suportar a gozação do “velho” – a partir da foz do Acará, quando assumi praticamente a dianteira dos demais, fazendo média de 75 milhas por hora, enquanto ele subia na “valsa”, todo cuidadoso com Palloma, na garupa.
Exatamente às 12h15chegamos na cidade de Moju, após uma hora e vinte e cinco minutos.
Thiago e Palomma saudaram a chegada na cidade -, enquanto eu cuidava em registrar detalhes do ambiente, inclusive a beira-rio da cidade e a ponte da Alça Viária, denominada de Ponte Moju 1 (fotos).
Fomos orientados por Lionel Pinho a subir o rio Ubá, braço de igarapé de águas escuras mas de extrema limpidez, além de bastante frias.
Subimos o igarapé por cerca de 30 minutos, até chegar no Balneário Levi, maravilhosa estação de lazer às margens do Ubá com infra de dar inveja.
Percorrer o Ubá foi emocionante pelos perigos que o percurso oferece, cheio de curvas em distancias próximas. Para quem não conhece o macete de domar curvas em alta velocidade, usando Jet dentro de um igarapé, normalmente acaba dentro do mato, correndo o risco de sofrer acidentes de grande proporção.
O segredo é acelerar ao máximo a máquina, nas curvas, para conseguir fazê-las sem “passar direto” – ou então, ao perder o controle do percurso, indo em direção a mata à frente, acelerar forte e travar a ré. A potencia do motor do Jet, dependendo da cilindrada, é capaz de retroceder o percurso, em sentido contrário, livrando o jetskista de alguma esbarrada. Mas para isso, o cara tem que ter expertize e sangue frio.
Na ida, o pôster conseguiu fazer todas as curvas, em média velocidade, sem perder a trilha fluvial. Não dá para passar de 40 milhas dentro de um igarapé fechado.
No retorno do Balneário, por volta de 16h45, numa curva que recebia o reflexo do sol direto na cara, o pôster “dançou”, passando direto. Pelo menos alguns galhos de árvores foram descortinados na cabeça, só que conseguimos reverter a potencia do motor, dando ré em alta velocidade. A frente do Jet ainda atingiu a ponta de um galho dentro d´água, sem maiores danos.
Susto danado.
O Ubá tem um traçado poético, com raras habitações em suas margens, a não ser pequenas pontes que a cruzam e onde crianças e moradores da redondeza se concentravam saudado os aventureiros com suas máquinas barulhentas.
Chegamos ao balneário pouco antes das 13 horas, recebidos pelos proprietários Marquinhos e Roseane, que ofereceram aos visitantes churrasco de carneiro.
Balneário Levi é uma área de lazer distante 12 km de Moju, pela Pa-150, sentindo Marabá. O local é maravilhoso, com infraestrutura de atendimento e um igarapé maravilhoso, de águas límpidas e frias.
Na foto abaixo, momento quando chegávamos ao balneário.
O Balneário é um gostoso ponto de entretenimento bastante conhecido no município do Moju.
Pela cronometragem do GPS do Jet, nosso percurso de Belém-Balneário Levi (Moju)-Belém totalizou 147 milhas náuticas percorridas, equivalente a 270 Km.
Próximas viagens do projeto “Pelos Rios da Amazônia” têm programados percursos de Salinas-Belém e Marabá-Belém.
As datas das duas viagens serão definidas no início de junho.
Vandilson Ferreira
29 de maio de 2012 - 16:35Caro Senhor,
Sou mojuense e fiquei muito grato no trato que foi dado ao nosso municipio. Parabéns pelo seu trabalho. Ressaltando que antigamente tínhamos aqui no rio Moju o fenômeno da pororoca, que hoje infelizmente já não acontece com a força e proporção de outrora. Segundo investigações, deu-se a partir da barragem de Tucurui que alterou o volume das águas do rio.
Helio
23 de maio de 2012 - 22:56Ótimo potencial de lazer e turismo. Isso se os fazendeiros não matarem as nascentes do Araguaia. Todos são contra o Código Florestal, ninguém quer proteger as nascentes e matas ciliares. Mas quando vemos os rios assoreando e morrendo (nossas maiores fontes de energia), ninguém quer assumir a culpa.
Abigail
23 de maio de 2012 - 21:30Ver tanta água bonita dá vontade de dizer palavras; mesmo quando elas foram tão dolorosamente silenciadas no peito…
anônimo filho de Marabá
23 de maio de 2012 - 13:47Hiroshi,
Gozação à parte, devo parabeniza-lo pelo Poster. Valeu, amigo !!!
Desfrute das nosssas belezas naturais, desse imenso Parazão, que Deus
nos deu.
anônimo filho de Marabá
23 de maio de 2012 - 13:40João Dias : Leia, as suas observações ( e não as sua )
anônimo filho de Marabá
23 de maio de 2012 - 13:36João Dias,
Muito esclarecedoras as sua observações, seria ótimo, se todos que acessarem o blog ( essa matéria ), reflitissem sobre o que foi exposto por voce, por ter conhecimento de causa, se levada a cabo sua
passagem como oficial da Marinha Mercante do Brasil. Agora, João Dias, me responda uma coisa : PAPAGAIO VELHO, APRENDE À FALAR ?? Rsrsrsrs…
Uhh!
22 de maio de 2012 - 21:18Uh! Que tal uma viagem pelo Lago de Tucuruí????
João Dias
22 de maio de 2012 - 18:55Caro Iroshi,
Lendo o post, como é de costume, fiquei maravilhado com as máquinas, paisagens, rios. Tudo me fez lembrar do Tocantins, do Itacaiúnas no mês de julho (eu remando minha canoinha), férias e muito lazer.
Entretanto, uma coisa me chamou atenção, no caso, a velocidade: média de 75 milhas por hora, que corresponde a 138,9 Km/h. É uma velocidade alta, se considerarmos que a pista é de água e, que, Jet ski não tem freio, mesmo desligando a máquina, ela continuará em seguimento, devido a força de inércia.
Pensando nesse particular, sabedor da sua preocupação, que o seu post é muito acessado pela pontualidade e qualidade da informação, entendi, por bem, prestar a minha contribuição em matéria de segurança náutica, considerando que fui Oficial de Máquinas da Marinha Mercante e os riscos que a diversão oferece, sem os devidos esclarecimentos aos marinheiros de primeira viagem.
Na condução de um Jet Ski, que pesa entre 200Kg e 300kg e, pode chegar a uma velocidade de 120 km/h, no mar ou em água doce, são precisos certos cuidados. Jet Ski não possui freio, dependendo da velocidade no momento, mesmo que você para ou desligue o motor, continuará em deslocamento, em razão da inércia.
A milha marítima corresponde a 1852 metros ou 1,852 Km/h, uma velocidade muito alta, exigindo habilitação, controle e muita responsabilidade de quem está no comando do equipamento, precisamente com os banhistas que estão na água.
Pilotar um Jet ski, REQUER do piloto autorização da Capitania dos Portos da sua cidade ou região, na categoria de ARRAIS. É como se fosse uma habilitação para conduzir um carro, pois é considerado pelo regulamento para o tráfego marítimo, um veículo náutico.
São cuidados indispensáveis:
a) Condutor e Carona usarem coletes salva-vidas; b) prender os cabelos, no caso de serem compridos; c) com os banhistas na água (manter distância recomendada pelos órgãos de fiscalização); d) com a velocidade. Observe que 10 milhas é = a 18,5 Km/h; 20 milhas = 37,0 Km/h e que Jet Ski não tem freio; e) o equipamento deve ser pilotado por adulto e que tenha a Carta de ARRAIS.
sds. marabaenses.
João Dias.
wanderley mota
22 de maio de 2012 - 17:57vai matar outro!!!!kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Dario dos Anjos
22 de maio de 2012 - 08:43Hiroshi, por acaso o Senhor possui a carteira de Marítimo emitida pela Capitânia dos Portos do seu Estado? Pelo seu relato dá a entender que não e Jet Ski é marca, o nome do veículo é “moto aquática”.
Vinicius Borba
22 de maio de 2012 - 07:50Belíssimo passeio, e na nossa região do Sul do Pará recentemente houve um passeio semelhante entre os municípios de Tucumã e São Félix do Xingu, com aproximadamente 60 participantes e 80 km percorridos Parabéns pelo idealizadores do passeio e desse sempre competente blog pela eximia cobertura.
anônimo
22 de maio de 2012 - 07:43Bom mesmo é o passeio de lanchas que fazemos anualmente no trajeto de Marabá a Araguatins subindo o Rio Tocantins e depois o Araguaia num sábado, com a volta no domingo, com direito a paradas em São João do Araguaia na subida, para um delicioso e suculento churrasco e na volta, no domingo, para uma excelente peixada de tucunaré. Isso sem falar na maravilhosa recepção que nos é proporcionada pela população daquela cidade até com direito a banda de música e seresta à noite na pousada encontro das águas.
Inigualável ! ! !
Mestre Chico Barão
22 de maio de 2012 - 06:54Caro Hiroshi
Esse passei tem grande potencial para se tornar uma atração turística como mostram as fotos e a discrição dos lugares feitas por você!
O porem caro Hiroshi seu maior feito não foi domar a maquina e sim navegar em um lugar totalmente desprovido de sinalização náutica!
Aproveitando o espaço quero pedir que não faça o trajeto Belém / Tucurui porque também não tem sinalização , segundo a Capitania dos Portos da Amazônia Oriental ela não pode fazer nada pois é de responsabilidade da empresa que administra a hidrovia sinalizá-la!
No dia que houver um acidente com morte alguém vai se lembrar de cobrar tal sinalização!
MCB
Mestre Arrais