Está na hora do poder central de Belém contribuir para acabar com um fenômeno que batizo de “resistência cultural” e que se formou na última década pela ausência de políticas públicas destinadas às artes e as suas manifestações diversas, geralmente vivenciadas em grande parte dos trinta e oito municípios da região . E esta “resistência cultural” não é um processo simples que se dá no confronto entre culturas imutáveis no tempo. É a visão que muitos dirigentes estaduais tentam perpetuar de que costumes e tradições trazidas de outros estados deformaram o paraensismo, quando, na verdade, fez foi fortalecê-lo, com novas cores e vozes. Um verdadeiro caldeirão de boas novas a consolidar nossa própria identidade porque a vida social não consiste em batalhas campais entre culturas, mas sim em enfrentamentos entre grupos, categorias e indivíduos, para quem a cultura orienta a ação política e é ao mesmo tempo uma arma usada para empreendê-la.
Nessas pequenas e grandes batalhas do dia a dia, a cultura vive através daqueles que a usam, e ao serem assim utilizadas, ela os transforma e se transforma.
É atrás desse amontoado de sítios criativos que o novo governo deve ir, sem se preocupar em medir o tamanho de seu custo.
Aqui estaremos solícitos, avidamente batendo tambores, viu Juvêncio! E dando boas vindas.