“Estamos encerrando o mandato de cabeça erguida. Mas sabemos de onde vem o golpe. Não veio daqui de dentro . Nosso compromisso é com a instituição. O inimigo central não está aqui dentro”, declaração e do reitor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Maurílio Monteiro, em entrevista esta manhã, ao comentar a decisão do governo federal de nomear o professor Francisco Ribeiro da Costa como novo reitor instituição.
O professor Maurílio Monteiro, atual reitor, teve 84,4% dos votos válidos. Francisco Ribeiro ficou em terceiro lugar, com 6,9% dos votos.
Ao lado da vice-reitora Idelma Santiago, Maurílio disse que a decisão do governo é um ato discricionário.
“É um golpe duríssimo na autonomia da universidade, duro golpe na Constituição. As universidades têm autonomia para decidir seus rumos, errando ou acertando”, reagiu Maurílio.
Ainda segundo o Maurílio, esse foi também um golpe contra todas as lideranças políticas locais., ao revelar que todas as Câmaras de Vereadores da região aprovaram requerimento ao governo federal para que este reconhecesse a votação e que a indicação recaísse sobre o mais votado pela comunidade.
“Nós sentimos o golpe”, desabafou o professor o denunciar que o governo Bolsonaro contraria a vontade manifesta por alunos, professores, comunidade acadêmica.
Ao reconhecer um clima de tristeza dentro da instituição, o reitor revigorou sua fala ao revelar estar encerrando o mandato de cabeça erguida.
“Sabemos de onde vem o golpe. Não veio daqui de dentro. Quem deu o golpe não está entre nós. Não vamos morder a isca. Nosso compromisso é com a instituição. É um golpe triste, nefasto, autoritário, porque macula quem vai assumir o lugar, porque não está assumindo em nome da universidade. A universidade vai continuar unida. Ampliarmos a democracia na universidade é o melhor caminho para resistirmos”, disse, deixando claro que não vai patrocinar qualquer ação que cause instabilidade jurídica ou política na Unifesspa.