Vou tocar o assunto, na primeira pessoa.
Tomei conhecimento da homenagem que me prestaram, semana passada, diretores e comunicadores da Rádio Itacaiúnas, por ocasião da passagem dos 26 anos de aniversário da primeira emissora de rádio de Marabá.
Durante programação, meu nome foi lembrado como responsável pela implantação da estação.
Como atualmente quase não escuto rádio – soube das homenagens através de um telefonema do Junior do Teclado, comunicador da AM e um dos músicos com os quais me identifico muito na cidade -, registro o fato, com atraso.
Verdade.
A Rádio Itacaiúnas teve seu projeto total concebido por mim, ao ser convidado pelo empresário Aziz Mutran (falecido ano passado), para trabalhar sua construção.
Não apenas construímos a emissora com os equipamentos mais modernos à época, mas implantamos uma grade de programação que fez escola.
Altamente profissional, a Itacaiúnas passou logo a ser referência no Pará e em outros Estados.
Em pouco tempo, respaldada numa gestão espartana que eu implantei (o nível de qualidade da emissora era medido por mim a cada minuto, colado que ficava num sintonizador portátil, por onde ia), passamos a ser imitados por emissoras de Belém.
A fama correu logo, gerando interesse em conceituados comunicadores.
De Belém, Imperatriz, Goiânia e outras cidades, muita gente queria migrar para a Itacaiúnas.
Trouxemos muitos nomes bons, mas exportamos outros, formados na escola exigente que eu implantei.
Um dos primeiros a trocar Marabá pela capital, foi Frank Souza, competente comunicador que eu formei nos estúdios da 850.
De lá, também, saíram Bia Cardoso, atual primeira dama de Marabá, que zarpou para trabalhar na Liberal; Célia Piagno, apresentadora que migrou pra capital, indo trabalhar na RBA -, além de Zeca Moreno, Wanderley Motta, Juca Neto, Elvan do Vale, citando alguns.
Tempo em que rádio era a caixa de ressonância mais próxima da sociedade.
Antes da Itacaiúnas, também tive meu trabalho recompensado na Rádio Imperatriz, também primeira emissora da vizinha cidade, na qual implantei o Departamento de Jornalismo.
Tempos duros da fase final da ditadura.
Tempos duros de muitas pegadas corajosas da linha editorial da emissora, sob o comando de Moacir Spósito, dono da estação, que primava, igual a mim, pelo controle de qualidade.
De tanta fiscalização e denúncias corajosas, um dia incendiaram a estação.
À época, diziam, teria sido a Polícia Federal, depois de sofrer cerrada fiscalização por parte da AM.
Foi um dia de cão.
Moacir, eu, e demais colegas, correndo para colocar a estação no ar, em qualquer local disponível.
Os babacas haviam incendiado o prédio onde funcionavam os estúdios.
Inda bem.
Se o sinistro tivesse ocorrido na área dos transmissores, afastada da cidade, seria mais difícil ressuscitar a amada emissora dos imperatrizenses.
Em poucas horas, a Imperatriz voltou ao ar. Só de pirraça.
Recordar esses tempos de luta constante para levar à população veículos de informação, me faz um bem danado.
E agradeço, feliz, a lembrança da galera que comanda e toca, atualmente, a Itacaiúnas.
Julianna Bogéa
4 de junho de 2013 - 17:11Parabéns paizinho! Filho de peixe, peixinho é… essa é a alma de toda família, cada um com sua peculiaridade mas seguindo na comunicação. Ainda temos muito o que comunicar juntos. Beijo grande
Ô, menina linda. Que bom tê-la por aqui. Obrigado, filha. Sim, ainda temos muito o que fazer, juntos. Eu, vc, Silvinha e Thiago – na Comunicação. Bjs
Bia
3 de junho de 2013 - 16:27Que sufoco Hiroshi, vida de comunicador é matar um leão por dia. Parabéns pela tua corajosa labuta, para nossa comodidade, rs.
Homenagem mais que merecida.
João Salame
3 de junho de 2013 - 11:13Você merece essa e outras homenagens pelo seu importante papel na história da imprensa marabaense. O bom é saber que você continua com o espírito inquieto dos bons comunicadores. Parabéns!
Obrigado, João. Vindo de você, cara correto e justo, dignifica muito mais o comentário. Irrequieto, sempre, prefeito. Mais ainda com a sua gestão à frente de Marabá, torcendo pra tudo dar certo, porque você só tem boas intenções e sonha em transformar esta terra. E vai transformá-la, para desespero dos “vampiros”. Abs