Criador de gado há mais de 40 anos, Reinaldo Zucatelli nasceu com o olhar e a perseverança do pai, seu Antonio Zucatelli, para selecionar e consolidar a raça zebuína de alta qualidade.

Inicialmente, Zucatelli implantou alta tecnologia em sua fazenda-sede Sororó, desenvolvendo a raça Nelore até transformar-se num dos mais competentes  e consagrados criadores brasileiro do animal.

O Nelore-Zucatelli é conhecido em todo o país e procurado pelos pecuaristas mais respeitados.

Agora, chegou a vez de Zucatelli inovar, diversificando o desenvolvimento de outra raça o zebu Sindi.

Na última semana  Reinaldo Zucatelli deu entrada na Fazenda Sororó à  dezenas de fêmeas  e reprodutores Sindi, objetivando dar início ao criatório de uma raça de zebus consagrada em todo o mundo.

“No balanço relativo a 2018 dos criadores no Brasil, o sindi fechou o ano com a oferta de aproximadamente 1.200 animais em 18 eventos comerciais. Detalhe: em cada um desses remates, pelo menos cinco novos criadores iniciaram a lida com a  raça. As estatísticas de 2019 ainda não estão fechadas, mas os criadores adiantam que os números de 2018 foram superados de forma extraordinária”, exemplifica Zucatelli para conceituar o crescimento da raça no país.

Propósito da RR Agropecuária, empresa de agronegócio do Grupo Zucatelli é disponibilizar ao mercado animais Sindi já a partir do início de 2022.

“Adquirimos fêmeas e reprodutores suficientes para a produção em escala destinada a oferecer ao mercado o melhor produto sindi.  Como sempre fazemos na Fazenda Sororó, trabalharemos a raça com muito amor e dedicação sem medir esforços e custos para mostrar o potencial, fazendo testes em todos os sentidos para gerar dados e comprovar as verdadeiras aptidões e qualidades do Sindi; assim, será possível oferecer ao mercado produtos que correspondem aos anseios desejados”, explica Zucatelli ao garantir produção de animais para comercialização a partir de 22.

Embora a produção de zebu sindi já ocorra no Brasil há mais de 80 anos, através de um criador do interior de São Paulo, atualmente a região Nordeste do Brasil é um centro criador da raça, principalmente  o Estado do Rio Grande do Norte.

Foi  lá, n Estado do Rio Grande do Norte,  que Reinaldo Zucatelli adquiriu  doadoras e reprodutor POs destinadas a servir de base para a seleção, multiplicação, preservação e disseminação da raça, no entorno de Marabá e na região Suul e Sudeste.

No mesmo embalo, a RR Agropecuária rematou, no leilão OT no Mato Grosso do Sul,   muitas fêmeas doadoras para a produção de embriões, objetivando ampliar a seleção.

Demonstrando estar profundamente a par da trajetória do sindi, Reinaldo  conta que a raça  começou a ser criada e selecionada no Brasil perto da virada do século XX, “mas deve-se contar no currículo do gado de cor vermelha nada mais, nada menos, que outros 7 mil anos de evolução natural a partir de sua origem numa das regiões mais inóspitas e desafiadoras do planeta: o deserto de Sind, território indiano posteriormente anexado ao Paquistão” relata.

Zucatelli ainda explica que naquela inóspita região paquistanesa, foram forjados animais extremamente resistentes, versáteis, adaptados e prolíficos, com capacidade de se manter eficientes na produção e na reprodução sob o clima quente dos trópicos – caso do Brasil.

“Por aqui, núcleos importantes da raça foram fixados nas regiões Nordeste e Sudeste a partir das primeiras importações. Os animais são, em geral, de pequeno porte. Assim, a raça é menos exigente e adequada para regiões de poucos recursos alimentares, onde seria difícil a manutenção de animais de grande tamanho” conta o pecuarista.

Ao ser indagado se a raça sindi poderia ser agregador produto para o mercado de médios e pequenos criadores, Reinaldo confirma.

“Sim, exatamente. O sindi é de dupla aptidão, corte e leite – outra vantagem. A criação é muito utilizada no nordeste brasileiro. É que, além de extremamente rústica, é fértil produtora de leite. Assim, fornece leite e carne para o sertanejo e sua família”.

Reinaldo também conta que, “por alguns anos, a raça ficou meio esquecida, porém, despertou muita atenção a partir de 2005, quando voltou à pista de julgamento da ExpoZebu, pelas mãos do criador Adaldio Castilho, de Novo Horizonte (SP). Em 2019, foi um show. No palco principal das raças zebuínas, a ExpoZebu, os criadores de sindi apresentaram 300 animais em leilões, pistas de julgamento e concursos leiteiros, e a cor vermelha deu o tom”.

A animação com os resultados da raça tem refletido no banco de dados da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), onde o sindi é registrado.

A lista de criadores que registram esse gado tem cerca de 400 nomes – era bem menor há alguns anos.

Mais: entre 2010 e 2017, o registro de nascimentos cresceu, em média, 13% ao ano e chegou a um acumulado de 120%.