Para os seguidores de Bernadete ten Caten (PT), ele “mostrou as unhas” afrontando quem não deveria.

De repente, tipo lance inquisitório, o rapaz passou a ser visto como um herege, por propagar pensamentos subversivos ao decidir encarar sua ex-patrona.

O fato é que a aventura de Raimundo Oliveira, ex-superintendente do Incra do Sul do Pará, não passou mesmo de uma aventura, analisando os números da eleição proporcional.

Os arrufos iniciais de Raimundo, já como pré-candidato a deputado estadual, foram aos poucos sendo sangrados pela profissional reação política de Bernadete e Zé Geraldo.

Ao ver escapar por entre dedos o poder de indicar o sucessor de Raimundo na Superintendência do Incra, cujo controle seria fundamental para manter a máquina estatal à seu serviço, como realmente viria a ocorrer, Bernadete fez um lance de altíssimo risco, mas de fulminante efeito junto à cúpula do governo do Estado: ameaçou bater chapa com Ana Júlia, na convenção de escolha do  candidato ao governo, caso o cargo não fosse ocupado por pessoa de sua confiança.

O risco calculado deu certo, e a história quase todos conhecem.

No frigir do ovos Raimundo Oliveira se tornou um cavaleiro errante, parodiando, com devida redução de tamanho e importância, D. Quixote de la Mancha.

Mas as andanças quixotescas de Raimundo ficaram exatamente por ai.

O moço obteve apenas 13.965 votos, migalhas diante da expectativa anunciada.

Mas de uma coisa Oliveira não pode reclamar, justificando sua baixa aceitação popular: a estrutura eleitoral montada por ele contemplava aviões e carros, muitos carros.

Causa surpresa, mais ainda, saber, agora, que um dos coordenadores da campanha de nosso D. Quixote, era o pecuarista Luis Pires, bem ao Sul do Estado.