causa da morte dos peixes que emergiram nos rios Araguaia e Vermelho, em Aruanã, interior de Goiás, pode estar associada a fenômenos naturais como chuvas e quedas de árvores.
O técnico responsável pela investigação da Secretaria de Meio Ambiente (Semad), Paulo Sérgio Lobo, afirmou que a maior suspeita é por influências naturais. Laudo final com análise das condições da água ainda será divulgado.
“É muito comum acontecer isso, as chuvas são muito fortes e frias e levam muita matéria orgânica para a água, o que reduz o oxigênio. Assim, os peixes mais sensíveis são mais fáceis de morrer”, explica Paulo Lobo.
O pescador ribeirinho Divernizio Souza já desconfia que produtos químicos poluíram o rio. “Temos quase certeza de que isso é veneno de roça”.
O laudo preliminar da água analisada pela companhia de abastecimento de água, a Saneago, indicou que há falta de oxigênio nas amostras coletadas nos rios. A presença de materiais orgânicos, como galhos, contribuem para essa queda no índice analisado, que alcançou 0,4 mg/L, enquanto o padrão é de 5 mg/L.
Apesar de a Saneago descartar que tenha sido uma contaminação química, o fornecimento de água continua interrompido porque o caso aconteceu próximo ao sistema de captação. Os bairros afetados são: Celeste, Costa Verde, Goiá, Goiânia Viva, Residenciais Serra Azul e Tropical Verde.
A comerciante Márcia Vieira disse estar sem água desde a segunda-feira (3), tanto no bar quanto em casa e procura pegar água potável em algum poço artesiano da região.
Imagens espalhadas em redes sociais mostram galhos de árvores boiando no curso do rio, o que possivelmente pode ter reduzido a quantidade de oxigênio na água e causado asfixia nos peixes.
Nos vídeos também aparecem peixes buscando oxigênio para respirar na superfície.
O delegado de Meio Ambiente (Dema) de Goiás, Luziano Carvalho, encontrou um desvio de água no curso do rio construído com pedras.
“Um dos maiores dramas ambientais da bacia do Rio Araguaia são desvios. Se não tivesse esse desvio, o rio teria se formado de novo”, diz o delegado.
A identificação dos autores da obra do desvio de água entrou na pauta de investigação da delegacia de Meio Ambiente nesta terça-feira (4).