Partindo do catedrático Nagib Charone Filho, merece reflexão a informação sobre uma provável causa do desabamento da torre “Real Class”, em Belém.

Quem informa é o blog do Paulo Bemerguy:

O engenheiro civil Nagib Charone Filho disse há pouco, em conversa com o Espaço Aberto por telefone, que não está descartada a possibilidade de que um raio tenha derrubado o edifício “Real”, que desabou no início da tarde deste sábado, na travessa 3 de Maio, próximo à Governador José Malcher, em São Brás.

Charone, que também é professor da Universidade Federal do Pará (UFPA) e assina uma coluna aos domingos, na página 2 do primeiro caderno de O LIBERAL, disse ter ouvido informações de pessoas que se encontravam próximo ao edifício de que um forte raio caiu no local.

“Todo mundo que estava na área ouviu um barrulho de raio. Um raio pode derrubar um prédio? É claro que pode. Mas precisamos esperar para ver”, disse o engenheiro. Segundo ele, a perícia dispõe de meios para apontar se o edifício veio abaixo por ter sido atingido por um raio.

Charone considerou precipitado, neste momento, afirmar-se que o desmoronamento teria sido decorrente de problemas nos alicerces. “O prédio, até onde eu estou informado, é como se tivesse implodido, da mesma forma que ocorreu com o ‘Raimundo Farias'”, comparou o engenheiro, referindo-se ao edifício que também estava em construção e caiu em 1987 no bairro do Reduto, em Belém, matando 40 operários.

“Neste momento, ninguém pode dizer se o prédio caiu em consequência de um raio ou em virtude de problemas de fundação ou erros de cálculo. Já conversei com o dono da construtora e ele, que também é engenheiro, me garantiu que o prédio não tinha problema algum”, contou Charone.

Segundo o engnheiro, o desabamento do “Real” não causou, pelo menos à primeira vista, qualquer abalo na estrutura do “Blumenau”, o edifício que fica bem ao lado e que no momento está interditado. “O ‘Blumenau’ é todo revestido de pastilhas. Se um pilar tivesse alguma problema, as pastilhas se descolariam”, ensinou o engenheiro.