Quem informa é  o repórter Chagas Filho, na edição de  quinta-feira, 14,  do jornal Opinião:  presidente da subseção da OAB de Xinguara ameaçado de morte pelo também advogado Vinicius Domingues Borba, com o babado registrado em BO policial.

Segundo o texto de Chagas, Vinicius está incluído na lista de nove advogados supostamente envolvidos em bandalheiras de fraude processual e corrupção ativa, descobertas no Fórum  de Justiça de Xinguara e  denunciados pela OAB à desembargadora Luzia Guimarães Nascimento, corregedora de Justiça em exercício das Comarcas do Interior, juntamente com a juíza  Rita Fagundes Dantas, que teve seu pedido de afastamento das funções encaminhado ao Tribunal de Justiça.

A investigação da ameaça de morte já está na esfera policial.

O fato, no entanto, não é de causar surpresa.

Grande parte desses fóruns de Justiça do interior vive  cercado da banda podre. São servidores, advogados e até membros diretos do Judiciário ganhando ilicitamente a vida na prática de crimes contra a administração pública.

Quando surgem situações idênticas a essa de  Xinguara que eclodiu com a prisão de servidores e pedido de afastamento de uma juíza local, a sociedade precisa reforçar apoio incondicional aos agentes autores das denúncias.

São denúncias corajosas e perigosas.

Por trás da ameaça de morte ao presidente da subseção da OAB, o crime organizado está se movimentando, movendo peças para desencaixar futuras provas criminosas.

Tais setores possuem sólidas raízes fincadas em práticas violentas nas resoluções de conflitos interpessoais ou na manutenção do poder econômico e político. As ações ocorrem fora de qualquer base de legalidade. 

De uma violência difusa,  este quadro é o resultado de um poder judicial frágil acasalado com interesses privados.

Para tirar a vida de um denunciante dessas bandalheiras, em Xiguara, ou  qualquer outra cidade  do interior, o custo-benefício é reduzidíssimo. Tem pistoleiro por aí que pega, rindo, alguns trocados só para sentir o prazer do gatilho sendo apertado.

Não importa a figura hierarquizada da vítima. Tanto faz um advogado da OAB, um simples servidor ou uma desembargadora-corregedora. O valor  da vida é insignificante.