AliceHá graves ameaças rondando a vida de Francisco.

E quem conta sobre conspirações no interior do Vaticano é a jovem repórter  Alice Phillipson, do jornal  The Telegraph, de Roma (foto).

Ela tentou decifrar rumores de que o Papa Francisco teria sido alertado do risco de vir a ser envenenado, em suas refeições.

Alice descobriu mais do que isso.

Ela narra numa sequência de reportagens iniciadas a  14 de outubro último, a existência de uma   guerra declarada de cardeais conservadores opositores às mudanças que o Santo Padre passou a introduzir na Igreja.

A repórter chega a denunciar a existência de “rebeliões de cardeais do Vaticano que se opõem à sua postura mais liberal” ( do Papa).

Os complôs para desestabilizar Francisco são recorrentes.

A tentativa de envenenamento do líder dos Católicos teria se dado através de “ iscas envenenadas”, descobertas pelos assessores diretos de Francisco.

A repórter do The Telegraph reproduz testemunhos de jornalistas especializados em Vaticano, entre eles, Nello Sacavo, da publicação Avvenire, um jornal italiano ligada à Igreja Católica, que confirma a existência de movimento concertado para “enfraquecer o caráter e a força do Papa Francis”.

“Há uma batalha ideológica, é verdade,” disse  Scavo,  o autor de um novo livro intitulado The Enemies of Francis.

Sacavo também confirma a tentativa de envenenamento do Papa.

“Nos últimos anos houve também alguns dentro da cúria que tentaram colocar iscas envenenadas nas refeições de  Francis.” (Francisco)

As conspirações têm motivações diversas.

O combate à pedofilia no interior da Igreja, é uma delas.

À repórter Alice Phillipson, o jornalista Nello Sacavo citou o exemplo de Krzysztof Charamsa, uma autoridade do Vaticano sênior e padre polonês, que saiu publicamente como gay apenas um dia antes da atual cúpula do Vaticano começar, criticando o que ele chamou de “homofobia institucionalizada na igreja”.

Entre os 222 cardeais que cercam Francisco, há gente querendo assassiná-lo.
Entre os 222 cardeais que cercam Francisco, há gente querendo assassiná-lo.

Monsenhor Charamsa também afirmou que a maioria dos sacerdotes eram gays, antes de ser demitido pelo Vaticano.

Leonardo Boff, teólogo brasileiro, que tem laços estreitos com o papa, disse à revista Oggi que era “uma armadilha preparada por aqueles do lado direito da igreja que se opõem ao Papa”.

“Porque ele [Charamsa] não faz críticas de  uma forma simples –  preferindo uma forma provocativa, a fim de criar problemas para o Sínodo e para Francisco”, indaga Leonardo.

Além do homossexualismo, o divórcio também tem provocado cizânias.

Uma carta endereçada ao Papa  assinada por 13 cardeais rebeldes – declaradamente opositores de Francisco -, tratando de questões espinhosas, vazou para a revista italiana L’Espresso.

A carta move duras palavras ao  Santo Pontífice, dizendo que ele estaria abandonando os elementos essenciais da doutrina católica, em detrimento de outros assuntos (no caso, a pedofilia, o divórcio, e o desvio de recursos do Banco do Vaticano, cuja auditoria encomendada por Francisco aponta graves fraudes e desvios).

A carta dos rebeldes diz ainda que a  igreja católica “está arriscando entrar em colapso, da mesma forma igrejas protestantes liberais tinham feito.”

Federico Lombardi, porta-voz do Vaticano, descreveu a carta como “um ato de perturbação”, conta a jovem repórter.

Em contato com Alice, especialistas do Vaticano advertem certas seções da igreja estarem tentando recriar o clima que levou ao escândalo Vatileaks, quando uma série de documentos secretos foram divulgados alegando corrupção e nepotismo dentro da administração do Vaticano.

O escândalo, devem lembrar os leitores do blog, estimulou o papa a emitir  um pedido público de desculpas.

“Quero, em nome da Igreja,  pedir perdão pelos escândalos que atingiram recentemente Roma e ao Vaticano. Peço-lhe perdão”, disse o Papa Francisco no início de sua audiência geral semanal na Praça de São Pedro.

“É inevitável que escândalos acontecem, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem!”, disse Francisco,  citando uma passagem da Bíblia.

Especialista em Vaticano Joshua McElwee escrevendo no National Catholic Reporter descreveu o pedido de desculpas como “um passo extraordinário”.

O escândalo da carta tem-se intensificado desde que foi vazada após quatro dos alegados signatários negou envolvimento.

Cerca de 270 cardeais, arcebispos e bispos foram reunidos no Sínodo para discutir questões controversas como o celibato para os sacerdotes, o aborto, a posição da Igreja em relação aos homossexuais e  a concessão da  Comunhão a divorciados católicos que têm, em seguida, o direito a novo casamento.

O encontro é visto como campo de batalha ideológica entre as alas conservadoras e progressistas da Igreja Católica.

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