De manhã, uma nota assinada pelo dirigente nacional do Psol, Fernando Carneiro, dando ultimato para Úrsula Vidal se desligar da legenda depois de aceitar convite para ocupar a Secretaria Estadual de Cultura, obrigou a ex-candidata ao Senado oficializar sua saída do partido.

A nota de carneiro, abaixo:

 

7 hO PSOL NÃO PARTICIPA DO GOVERNO DOS BARBALHOS

Nosso partido surgiu como alternativa de poder no país. Ao longo dessa trajetória construímos uma bela história sempre ligada aos movimentos sociais e nos diferenciando dos partidos tradicionais, a maioria deles envolvidos em escândalos de corrupção e acostumados ao “toma lá, dá cá” que marca a política nacional.

No Pará o PSOL reafirmou essa posição no 2° turno ao não apoiar nem MDB nem PSDB, faces da mesma moeda.

Portanto é com profunda estranheza que recebo pelas redes sociais, a notícia de que Ursula Vidal tenha aceitado integrar, na qualidade de secretária de cultura, o governo de Hélder Barbalho. É estranho porque essa questão nunca passou por nenhuma instância partidária e expressa uma ruptura política com o PSOL.

Nunca nos apresentamos como donos da verdade, mas sempre primamos pela independência diante dos partidos e dos governos da burguesia brasileira. Ao mesmo tempo sempre afirmamos que há muito mais semelhanças que diferenças entre o programa dos tucanos e dos Barbalhos: um projeto neoliberal que entrega nossas riquezas e destrói sistematicamente nossos recursos naturais e condena nosso povo à miséria.

Nessas eleições nosso programa foi de mudanças para o Pará. Esse não era apenas um programa eleitoral, mas um projeto de futuro e de inversão de prioridades que colocasse o povo em primeiro lugar e que usasse nossas riquezas para combater as desigualdades sociais que marcam nosso estado. Já naquele momento desautorizamos qualquer liderança partidária a manifestar apoio a Helder ou a Márcio Miranda.

Ursula afirma em sua nota que pretende construir “um projeto democrático e participativo” no governo do MDB. Quer “atuar no espectro imediato de resgate de vidas, memórias e saberes de nossa gente” e que espera “um novo tempo, de transformações de vidas e sonhos”. Ela maneja, como sempre, as palavras com maestria, mas não há mágica possível que transforme o governo do MDB e de Hélder Barbalho em “democrático e participativo” e muito menos “em um novo tempo de transformações”.

Reconheço em Ursula a expressão de uma oxigenação da política paraense. Por isso mesmo a recebemos de braços abertos no PSOL. Mas essa decisão, de se aliar à velha política, joga por terra toda a expectativa de renovação que depositamos nela.

Repudiamos essa atitude e reafirmamos que não há a menor condição de que ela continue no partido se de fato assumir esse cargo no governo Helder. Espero que ela tenha ciência disso e reflita melhor, optando pelo PSOL e recusando a proposta feita por Hélder Barbalho.

Fernando Carneiro
Vereador/Belém
Dirigente Nacional do PSOL

 

 

O deputado federal Edmilson Rodrigues (Psol)  se manifestou condenado a decisão de Ursula, em post publicado em sua rede social:

A nota de Edmilson:

Nota pública

O deputado federal Edmilson Rodrigues informa que, assim como o PSOL, é contrário que qualquer filiado ocupe cargo na nova gestão de Helder Barbalho, que assumirá em 1o de janeiro de 2019.

Assim como não apoiou formal e informalmente nenhum candidato no 2o turno, Edmilson anuncia que será oposição à gestão do MDB no Pará, mantendo a postura combativa e firme na defesa dos interesses do povo brasileiro, especialmente do Pará.

 

No meio da tarde, o Psol confirmou o pedido de desfiliação de Ursula que vem recebendo pesadas críticas.

Por seu turno, o governador diplomado Helder Barbalho confirmou em sua conta no Twitter o convite feito a Vidal, que será a futura Secretária de Cultura do Estado.