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Ex-prefeito de Xinguara e  professor da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), José Davi Passos (à direita, em noite de autógrafo em Xinguara) lança, em Marabá, o livro “Raízes da Filosofia da Educação: O nascimento da Pedagogia Ocidental”, depois de disponibilizar a obra à comunidade de Xinguara e região Sul do Estado.

Solenidade está marcada para esta  sexta-feira, 9, às  19h, no auditório da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará.

O livro, de 472 páginas, dividido em oito capítulos, foi publicado pela Editora CRV, de Curitiba (PR) e encontra-se disponível em formato digital no site www.editoracrv.com.br.

Davi Passos tem  doutorado em andamento em Filosofia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), instituição em que fez o Mestrado em Filosofia, concluído em 2001.

O objetivo central que norteou o autor para a elaboração do livro foi o de produzir um material de cunho didático para orientar, de imediato, alunos de filosofia e de filosofia da educação, munindo-os de conteúdos para o aprendizado e, noutras ocasiões, poderão servir também de auxílio aos professores da área que, porventura, queiram estudar as raízes da filosofia da educação na antiga Grécia (pela segunda metade do século VII ao início do século VI antes de Cristo).

O autor apresenta as ideias filosóficas e as respectivas condições socioeconômicas que propiciaram o surgimento de uma autêntica filosofia da educação com Sócrates e sua correlação com as ideias e concepções no seio da filosofia grega e, ao lado e no bojo da ética e da ciência política.

Para Davi Passos, para compreender o nascimento da educação filosófica e da filosofia da educação na Grécia antiga, é necessário compreender o longo período em que a filosofia fora gestada tendo como atores principais os poetas e sábios, que produziram obras escritas e toda a tradição oral transmitida, por séculos, por gerações e gerações, com a missão de educadores do povo.

O livro se dispõe a apresentar o caráter histórico/analítico, que trata da educação pré-filosófica, propondo especificamente examinar o caráter pedagógico da educação mítico/poético e, no caso da Grécia arcaica, remontar as cosmogonias (vem do grego cosmos, que significa mundo, e gonia, que quer dizer geração, nascimento.

Trata-se do nascimento, o propósito e o fim de todos os seres sob a ação dos deuses) e teogonias pedagógicas, que se expressam na tradição oral e nas primeiras obras escritas dos grandes poetas, a começar por Homero e Hesíodo.

O livro se propõe a expor um caráter histórico, analítico e descritivo sobre a educação pré-filosófica na Grécia arcaica, recuperando a educação oral dos poetas gregos, entre eles, Homero e Hesíodo, demonstrando que, naquele período a função da poesia não se constituía meramente em produção artística, a exemplo dos nossos dias, mas essencialmente educativa.

Está apresentada ainda, num capítulo, a fase intermediária entre a educação dos poetas gregos e o nascimento da filosofia num período marcado pela produção de cunho pedagógico de intelectuais que ficaram conhecidos como os “Sete Sábios” – Tales, de Mileto; Pítaco, de Mitilene; Biante, de Priene; Solon, de Atenas; Cleóbolo de Lindos; Missão, de Queneu; e Qilão, de Esparta – filósofos, juristas e estadistas que viveram no início do século VI a.C.

Segundo Davi Passos, um fato fundamental que devemos considerar sobre “esses notáveis pensadores consiste no fato de que, tanto do ponto de vista histórico como também enquanto evolução do pensamento lógico, esses sábios fazem a transição entre os poetas da antiga tradição e os intelectuais que se consagraram como os primeiros filósofos da nova modalidade de conhecimento que nascia na Grécia”.

A pesquisa de Davi Passos parte da educação mítico/poética dos grandes poetas que se destacaram como educadores pela oralidade.

Com os “Sete Sábios” seguidos pelos Físicos da Natureza com os quais já surge uma educação filosófica antecipando a filosofia da educação que acontecerá com Sócrates sendo discutida e aprimorada por Platão e sistematizada por Aristóteles.

A finalidade principal da obra consiste em demonstrar que o nascimento da filosofia da educação é fruto de uma fecunda discussão ética travada entre os Sofistas (a partir da palavra “sophistēs”, derivada de “sophia” e “sophos”, significando “sabedoria” e “sábio” respectivamente.

O termo Sophistēs foi originalmente utilizado por Homero, para descrever alguém habilidoso em uma determinada atividade) e Sócrates.