Gelson Fochesato, presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, refirma ao blog  o que tem dito à imprensa brasileira, desde a semana retrasada, quando a comandante Betânia  sofreu agressão machista no interior de uma aeronave da Trip, no aeroporto Tancredo Neves, em Confins: “a agressão, sem dúvida, representa o primeiro registro de machismo na aviação, não apenas no Brasil, mas no mundo”.

Indignado com a reação agressiva do passageiro, Fochesato lembra que a presença de mulheres no comando de aeronaves de grande porte é corriqueira, na Europa e Estados Unidos. “O que o passageiro fez em Confins foge da razoabilidade, e agride a todos nós brasileiros que aprendemos, ao longo dos anos, a conviver pacificamente com a presença do gênero feminino em todos os segmentos profissionais da vida produtiva do país”.

O dirigente sindical lembra, ainda, como é natural a presença de mulheres no comando de aviões até em países árabes, onde o preconceito contra o gênero é latente. “Nos Emirados Árabes temos uma brasileira comandando um Boeing com capacidade para 300 passageiros, sem que sofra qualquer tipo de agressividade machista por parte dos passageiros submetidos a um tipo de cultura cheia de restrições”.

E faz uma revelação que a maioria dos homens de bom senso sabe: a de que as mulheres,  em tudo o que fazem, procuram seguir as normas estabelecidas de forma bem didáticas. “Elas (as mulheres) são mais metódicas do que nós homens – sem querer com isso insinuar que sejamos relapsos e descuidados. As mulheres são inflexíveis quando seguem os manuais da aviação, tendo cuidado redobrado em todos os procedimentos, enquanto os homens são mais flexíveis”.

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas lembra também que a primeira comandante de jatos do Brasil, Carla, uma gaúcha, permanece atiante na profissão, trabalhando na companhia Azul – a mesma empresa que disponibilizou um jato cor-de-rosa, ocupado 100% por tripulação feminina, voando pelo país em campanha contra o câncer de mama.