Numa entrevista concedida no aeroporto de Marabá, o prefeito Maurino Magalhães garante que terminará seu mandato atual  entregando quase 7 mil casas populares, ,além de projetos aprovados para a  edificação de outras moradias, atendendo praticamente a 70% do déficit habitacional encontrada em 2009, quando assumiu a prefeitura.

O prefeito fez uma revelação surpreendente.

Segundo ele,   ao assumir a prefeitura, constatou que  o município não estava cadastrado em grande parte dos programas sociais do governo federal, o que impedia sua inclusão no Programa Minha Casa, Minha Vida.  “O Executivo de então  não teve nenhuma preocupação  em cadastrar  Marabá no Ministério das Cidades, para torná-lo apto a pleitear os benefícios de programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida, criado no Governo Lula. Quando assumimos a prefeitura, nos preocupamos em fazer o projeto padrão  exigido no Ministério, Adesão  na Caixa Econômica e requeremos, então, a construção de 2.500 casas populares. Naquele momento, nosso déficit habitacional era de cinco mil casas, hoje essa carência atinge 10 mil famílias – o real déficit habitacional atualizado”, conta.

Ainda contaminado pela repercussão da entrega das 2.500 casas, Maurino narra as dificuldades encontradas no início de sua gestão. “Para tornarmos o município habilitado a pleitear 2.500 casas, o esforço foi imenso,  obrigando a seguidas reuniões de nossos técnicos com representantes do governo federal em Brasília, Marabá, Belém, seguidas vezes, até a aprovação final dos projetos das 2.500 casas.  Somente em 2010, portanto, dois anos depois de nossa posse,  é que saiu a Ordem de Serviço para a construção das habitações em São Félix e Morada Nova”.

Chefe do Executivo fez histórico das exigências  para a escolha dos candidatos às habitações populares. “A distribuição dessas casas foi feita seguindo rigoroso controle da prefeitura e da Caixa Econômica, conforme critérios exigidos pelos programas sociais do governo, como renda familiar mínima. Em seguida, após a realização do cadastramento das famílias carentes das habitações,  foi que partimos para o  sorteio das chaves”.

Ao enumerar os benefícios que a distribuição das moradias trará à dignidade das pessoas, por estarem realizando o sonho da casa própria, Maurino valoriza o esforço das pessoas que trabalharam na prefeitura pela aprovação dos projetos. “Sem o trabalho das diversas equipes formadas, nosso  governo não beneficiaria  2.500 famílias que antes não tinham casa para morar,  agora  beneficiadas não apenas com as habitações, mas morando em um lugar planejado, com infraestrutura de saneamento, energia, água potável, e pavimentação”.

O significado do processo de entrega das casas, segundo o Magalhães,  “foi o momento mais emocionante que um prefeito pode sentir, porque foram emoções divididas com as famílias contempladas. No instante em que a pessoa era sorteada, lá no ginásio da Folha 16,  e ia receber a chave simbólica e eu via brilho de felicidade no olhar de cada uma, foi quando percebi o quanto é importante um município como Marabá, majoritariamente formado por pessoas carentes e sem um pedaço de chão para morar,  ter governante sensível aos anseios populares, às carências da população mais pobre”.

E o prefeito descreve um dos momentos que mais lhe causaram emoção.

“Lá no ginásio, eu vivi instantes de extrema delicadeza, principalmente quando presenciei a dona Angélica (foto abaixo), aquela cadeirante que foi contemplada com uma casa. Só quem conhece a história  sofrida de dona Angélica pode medir a verdadeira importância daquele ato de entrega das habitações. Ela já foi uma das jovens mais bonitas de São Félix; era uma jovem dançarina que esbanjava alegria  e felicidade, até sofrer um grave problema de saúde, quando nem bem completou 16 anos, transformando-a  em  cadeirante. Há mais de 20 anos a Angélica não anda, e sem ter casa para morar. Agora, imagine você o que representou para a Angélica ser contemplada com uma casa própria, o quanto aquele ato lá no ginásio Renato Veloso revigorou a autoestima e a própria intensidade de vida dela!”

 

Maurino lembra também que no segundo evento de sorteio das casas,  realizado também no Ginásio Renato Veloso,  a grande maioria de pessoas contempladas com  chaves  era  formada por mulheres. “Donas de casa que não tinham casa; chefes de família do sexo feminino, que viviam de aluguel, quando tinham dinheiro para pagar; ou de favores de parentes e conhecidos. E, também percebi, a maioria são mães jovens, bem jovens, e que agora passam a ter uma residência fixa e de sua propriedade, para criar a família.”

O prefeito revela  “já ter ouvido, de  forma preconceituosa, dizerem que os dois bairros formados em São Félix e Morada Nova, nos locais onde as 2.500 casas foram construídas, vão ser lugares de gente pobre. Sim, é lugar de gente pobre – mas de gente nobre. Muito nobre. E isso nos orgulha de estar participando desse  processo de transformação das pessoas, dando dignidade às pessoas”.

O  chefe do Executivo conta que,   depois da distribuição das casas, a luta da prefeitura é pela inclusão das famílias contempladas no mercado de trabalho, iniciando novo processo de luta. “Agora, a  prefeitura, em parceria com técnicos do governo federal, vai trabalhar para tirar aquelas famílias da linha de pobreza. De que forma?  Nossa administração ofertará a todas elas cursos profissionalizantes,  que lhes abrirão espaço para a geração de emprego e renda. À conclusão de cada curso, elas terão prioridade no cadastro de emprego do Sine, que lhes oportunizará a abertura de vagas no mercado de trabalho. O objetivo,  com a aplicação desses programas sociais da prefeitura e do governo federal, é de que dentro de , no máximo, cinco anos, os filhos dessas famílias contempladas com as 2.500 habitações não necessitem dos benefícios do Minha Casa, Minha Vida, porque eles já terão novos rumos, direcionados agora pelo que estamos fazendo”, explica.

Alem das 2.500 casas sorteadas, a prefeitura de Marabá conseguiu  aprovar novos projetos de habitação, com assinatura de Adesão junto a Caixa Econômica e ao Banco do Brasil, que agora também será um agente financeiro do Programa Minha Casa, Minha Vida, destinando recursos para a construção de 1.500 casas do já denominado  Residencial Magalhães, localizado  no bairro São Félix, atrás do Loteamento Novo Progresso; e outras mil casas no conjunto Jardim do Éden.

Além disso, outras 1.373 casas serão construídas, a partir de julho,  no Núcleo Cidade Nova, para atender famílias que serão removidas de suas atuais precárias casas localizadas às margens da Grota do Criminosa, que passará por um processo de urbanização através da macrodrenagem que será feita em seu leito, no valor de R$ 139 milhões, de cujo total já forma liberados R$ 60 milhões,  pela Caixa Econômica. .

“Totalizando essas construções,  em nosso governo construiremos mais de sete mil casas populares. Ou seja, 70% do déficit habitacional encontrado em 2008, quando assumimos a prefeitura”, finaliza.

Como a entrevista com o prefeito ficou extensa, a segunda parte da mesma será publicada no final desta semana.