Nem bem publicamos o post Bandalheira vai recomeçar: no Pará, pelo menos novos 51 municípios devem ser criados, o prefeito de Marabá, João Salame, rápido no gatilho, comentou a publicação, defendendo o surgimento de novas cidades, “com responsabilidade”.
Da forma que segue abaixo, comentário do prefeito:
Meu caro Hiroshy. Respeito seu ponto de vista, mas dele discordo. A criação de novos municípios é importante para o País e, sobretudo, para a região Norte. Como defensor da tese da criação do estado de Carajás e do Tapajós não posso me omitir no debate sobre esse tema. E seria contraditório defender a divisão do estado e ficar contra a criação de novos municípios.
É evidente que temos que ver a viabilidade econômica dos novos municípios e se eles não inviabilizam os municípios-mãe. Da mesma forma que defendíamos a criação de Carajás e Tapajós por termos a convicção de que são viáveis e não inviabilizariam o Pará.
O mesmo olhar devemos ter em relação aos novos municípios. Onde a criação deles não inviabilizar os municípios-mãe e ao mesmo tempo tiverem condições de existência não há porque ser contra.
Cito exemplos: Nova Ipixuna é um município pobre, que depende muito de recursos estaduais e federais. Mas hoje é muito melhor do que quando era distrito de Itupiranga. E se continuasse distrito de Itupiranga não chegaria onde chegou. Lá, hoje, temos mais escolas, mais unidades de saúde, mais asfalto, mais estradas, etc. Poderia citar dezenas de outros casos apenas no Pará onde o surgimento de novos municípios melhorou a qualidade de vida das comunidades: São Geraldo do Araguaia, Xinguara, Redenção, Ulianópolis, Ipixuna do Pará, etc.
Portanto, essa grita de que novos municípios só trazem despesa faz parte de uma cantilena neoliberal que não deseja em hipótese alguma que os recursos públicos sejam distribuídos na base da Federação.
Como prefeito de Marabá é claro que devo conduzir esse debate com bom senso. Não podemos concordar com a criação de unidades que prejudiquem nosso município. Mas também não podemos ser contra se chegarmos à conclusão que a criação de um novo município a partir de nosso território seja bom para ambas as partes.
Vamos refletir um pouco: digamos que surja um município na região de Marabá onde hoje se localizam as vilas Capistrano de Abreu, Macaco Careca, Josinópolis, 3 Poderes, etc. São vilas distantes, de difícil governabilidade por parte da Prefeitura. Se ali surgir um município que possa dar melhor atenção àquelas comunidades e se a criação dessa nova unidade não inviabilizar economicamente o município de Marabá temos que debater com bom senso essa possibilidade.
Veja o caso de Altamira. Lá existe um distrito, Castelo dos Sonhos, que fica a mais de mil quilômetros da sede do município. Estrada de chão. Com mais vigor econômico que muitos municípios. Não tem lógica um distrito desses ser impedido de se tornar município. É o mesmo caso do distrito de Cruzeiro do Sul em relação a Itupiranga. Do distrito da Taboca em relação a São Félix do Xingu.
Novos municípios tem mais condições de brigar. Conseguem mais emendas parlamentares, tem acesso a programas do governo federal para construção de creches, escolas, postos de saúde, transporte escolar, etc. São tratados como municípios.
Resumindo: a tese é boa. Claro que não pode e não deve virar uma farra de criação de novos municípios. É preciso que eles tenham o mínimo de viabilidade econômica e que não inviabilizem o município-mãe.
Ouso repetir o mesmo que dizia quando do debate da divisão do Estado: fronteiras são linhas imaginárias, que apenas delimitam o raio de ação do poder público e lhes conferem direitos e deveres. O que importa mesmo é melhorar a qualidade de vida das pessoas. Se para isso tivermos que criar mais estados e municípios que sejam criados. Com responsabilidade!
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No embalo, na mesma caixa de comentário, a resposta do blog:
Salame, pela primeira vez, pelo menos como prefeito, vejo você se manifestar sobre essa questão. É inquietante verificar tanta movimentação em torno da criação de umas cinco dezenas de novos municípios e não saber o que pensa o nosso prefeito. Não disse que sou contra a criação de novos municípios, me preocupa, sim, a configuração do futuro mapa de Marabá, porque não sei onde ficarão, depois da divisão, nossas jazidas minerais – entre elas Salobo.
Marabá tem muitos desafios, um ônus inestimável a ser corrigido, e você melhor do que ninguém sabe disso. Particularmente, sou plenamente favorável à criação de um município, do outro lado do rio Tocantins, tendo Morada Nova como sede, configurada economicamente como verdadeira bacia leiteira, cuja vocação não é de Marabá. Nós temos de focar a oferta de serviços e tentar introduzir perfil industrial. Pelo menos, o post já serviu para trazer pro limpo a pessoa mais importante desse processo, o prefeito de Marabá.
Vamos provocar mais. Vamos, sim.
josé soares rocha
29 de outubro de 2014 - 16:04Meus caros amigos,e muito difícil esse tema embora eu não seja morador de Marabá.Tenho o meu sogro que tem uma propriedade em capistano de abreu mas dado a distancia realmente fica deficíl pra qualquer administração cuidar , um bom caminho seria à realmente fazer as sub prefeituras e com o apoio dos empresários e fazendeiros melhorar as vilas com um a boa escola revitalização das vilas com sistema de esgoto, ruas asfaltadas segurança , seria uma ótima pedida com isto o olhar para essas comunidades seria outra onde tem desenvolvimento traz mais progresso e juntos ainda vem mais recursos um abraço para todos .
Heberth
15 de janeiro de 2014 - 01:04Pensar com o Sr. Hiroshi Bogéa é como votar não para a criação do Estado de Carajás. Parece que ele pensa só em si e deixa de pensar em todas as comunidades e vilas que estão afastadas de Marabá que poderiam ter a oportunidade de prosperarem. Como exemplo temos as vilas Capistrano de Abreu e Cruzeiro do Sul que ao se tornarem municípios, dariam muito mais força para a continuação da BR-222 sair do papel e virar realidade ante aos sonhos de milhares de habitantes ao longo da dita Estrada do Rio Preto.
Antonio Carlos Pereira Santos
10 de junho de 2013 - 09:21Ops, Marcelo Melo às 09:37 hs. dia 07/06, concordo, em parte com o teu “não existe nenhum município desmembrado de Marabá que hoje é bem melhor que Marabá”. Embora relativamente novo, o município de Parauapebas fazia parte da área constitucional de Marabá, e está em melhor situação que Marabá, pelo menos no quesito “caixa”. Superavitario(com muito dinheiro em caixa), principalmente em virtude dos “royalties” pagos pela Vale. Agora, se essa citada condição favoravel não se reverte em melhorias para os parauapebenses é, questão administrativa realmente. Em 10.06.13,Mba.-PA.
Marcelo Melo
7 de junho de 2013 - 09:37não existe nenhum municipio desmenbrado de Marabá que hoje é bem melhor que Marabá. mas os argumentos para o desmenbramento sempre foram o de que era preciso desmenbrar pra melhorar. o que melhora sempre é a vida dos politicos locais, vereadores, prefeito, assessores, puxa-sacos esses sim são os que sempre se dão bem com a criação de novos municipios. e no caso do estado de carajás é mesma coisa.
João Dias
5 de junho de 2013 - 14:26NÃO PROSPEROU
No final dos anos oitenta, parte da Zona Oeste, inclusive a Barra da Tijuca, tentou se separar do município do Rio de Janeiro, o que criaria um novo município, e consequentemente daria a esta região o status de uma nova cidade.
Plinio Pinheiro Neto
4 de junho de 2013 - 21:13Caro Hiroshi.
Realmente existem vilas que pela distancia da sede municipal e extrema dificuldade de acesso, merecem ter a possibilidade de emancipação olhada com muito carinho, não deixando de lado a seriedade da análise de suas possibilidades de sustentação própria. As da região do Rio Preto poderiam muito bem constituir-se em uma nova unidade municipal. Agora, querer emancipar Morada Nova, a poucos quilometros de Marabá e acessivel por estrada asfaltada é arrematada absurdez, como foi, também, a idéis lançada alguns anos atrás de emancipar-se os bairros do outro lado do Itacaiunas.Com relação a Morada Nova e os bairros do lado de lá do Itacaiúnas, existe uma impossibilidade legal, pois como o perimetro urbano de Marabá vai até o igarapé Flexeiras, Morada Nova é um bairro e não é possível emancipar-se bairros, o mesmo valendo para o complexo de bairros do outro lado do Itacaiúnas.Se fosse possível emancipar bairros, voce não acha que Santo Amaro e outros bairros mais distantes de São Paulo já não teriam sido emancipados? O que deve ocorrer urgentemente é uma modernização da estrutura administrativa, com a criação de sub prefeituras ou administrações regionais, entre outras medidas.
Roberto
4 de junho de 2013 - 10:55Parabéns pelo comentário Ana Paula Braga, muito bem observado.
wilson de cristo
3 de junho de 2013 - 22:18muito bom ver a presensa do prefeito nesse debate, ele nao se omite, como fazem outras lideranças politicas que conhecemos por ai, realmente o prefeito tem razao…se alguem sofre um acidente na vila capistrano de abreu, morre a caminho de maraba, usuarios da caixa,trabalhadores da vila quatro bocas, levam tres dias so pra agendar um serviço de atendimento em maraba,se formos citar aqui a dificuldades que pessoas de vilas, comunidades que dependem de maraba, vamos levar um dia inteiro…. concordo que tambem nao vamos criar novos municipios com tudo pronto, mas tambem seria injustiça deixar esses possiveis futuros municipios nacerem e crescerem orfaos,quanto ao fato de criaçao de novos cargos publicos, isso ai nao faz diferenca pra receita da federacao…cargos sempre virao, mas politicos desinteressados pelo bem da populacao temos em qualquer lugar..por exemplo:o frigorifico que solta sua fedentina em maraba, nao tinha que ser fiscalizado? kd os vereadores?eu vejo falar em crise no executivo, mas no legislativo parece que nao tem crise…e os novos vereadores que foram eleitos?nao vao mudar esse aroma insuportavel que sentimos e partilhamos todos os dias?seria viavel tambem, a criaçao de sub cidades, ai teriamos o executivo mais proximo das comunidades mais distantes., mas teriamos mais gastos…eu defendo a criacao de novos municipios……
GIlsim Silva
3 de junho de 2013 - 22:12Hirochi , Parabenizo vc pelo debate e pela posição favorável ao lado de Cá do Tocantins, que tem o complexo São Felix e Morada Nova. Uma população de aproximadamente 50 Mil Habitantes, e realmente a maior bacia Leiteira do município com outros seguimentos de negócios que geram economia auto-sustentável .Porem, com problemas de Saneamento, Segurança, Educação , Saúde, Transporte Publico, Agencia Bancaria e etc… Eu não poderia deixar também de Parabenizar o nosso Prefeito João Salame, pela manifestação favoravel aos novos municipios e de reiterar minha admiração pelo espirito Democrático, e visão de estadista que demostra de maneira clara que tem como grande incentivador para o desenvolvimento regional.
Ana Paula Braga
3 de junho de 2013 - 18:57Hiroshhi quer dizer que voce se preocupa se Marabá perder o salobo pro municipio que se emancipar de marabá.
E o Pará não deve se preocupar em perder as minas pra Carajas?
Eles estao errados?
Dois pesos e duas medidas?