O incêndio de uma veículo e o suposto sequestro de um aranete do vice-prefeito de Ananindeua eestão atiçando o clima político no município.

O vice-prefeito de Ananindeua, Carlito Begot (PSD), pré-candidato à prefeitura do segundo município mais populoso do Estado, afirma que sua família foi vítima de um atentado, com motivações políticas.

Em um vídeo gravado em frente ao Ministério Público do Estado, ele conta que procurou o órgão em busca de proteção a ele e seus familiares, em razão das ameaças que vem sofrendo.

Segundo o relato de Carlito, na noite da última quarta-feira (19), um primo dele foi sequestrado e sofreu tentativa de homicídio.

Antes  de abandonarem a vítima, os bandidos teriam deixado um “recado” : que o homem avisasse para o vice-prefeito desistir de sua pré-candidatura.

“Eu Carlito Begot, nascido e criado em Ananindeua, jamais desistirei da minha candidatura. Não vão fazer o que fizeram com o Gordo do Aurá. Eu quero que me respeitem, respeitem a minha família e o povo de Ananindeua”, disse Carlito, no vídeo que circula nas redes sociais. Deivite Galvão, conhecido como Gordo do Aurá, era vereador de Ananindeua e foi assassinado no ano passado, durante um atentado em Belém.

A Polícia Civil informou que até o momento não há registro de ocorrência deste caso na Superintendência da Região Metropolitana.

Questionado sobre o motivo de não ter registrado o crime narrado, Begot alegou que eles entenderam “que não iria adiantar”, e achou melhor, seguindo inclusive um conselho do deputado federal Delegado Éder Mauro, do mesmo partido, o PSD, procurar o Ministério Público e a Justiça. “O sistema está todo travado e Ananindeua está à disposição dele, do poder”, argumentou.

O Ministério Público do Estado confirmou que o vice-prefeito de Ananindeua foi recebido nesta sexta-feira (21) no gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça, em audiência reservada. O órgão não deu mais detalhes, informando que o assunto é sigiloso.

Na internet, circulam fotos e vídeos do carro pegando fogo.

Sobre como as fotos foram feitas, o denunciante disse que não poderia dar muitos detalhes, porque o caso está sob sigilo, relatou que o carro foi incendiado na rua do presídio, em Santa Isabel, próximo a uma área movimentada.

A vítima trabalha há mais de trinta anos em uma empresa que fica próximo ao local. O sequestro teria ocorrido na avenida Independência e contou com a participação de três homens, que estavam em um carro preto.

“Levaram ele lá pra perto (do presídio), rodaram com ele por dentro de Benevides, dentro de estradas. Ele não sabe por onde ele passou, porque ia de bruços no banco”, diz Carlito.

Após ser abandonado, o primo teria conseguido ajuda na casa de um senhor, que também ficava nas proximidades de onde o carro foi incendiado.

“A gente está preocupado com a nossa vida. A gente nunca viu uma política tomar esse rumo em Ananindeua”, argumenta.

Ele afirma que está em busca de proteção, pois se sente vulnerável, já que nunca andou com segurança.