Às 14h10, William Thiago de Souza da Silva, apresentando credenciais e crachá pendurado sobre o colete do IBGE, bateu a campainha da residência do pôster, em Marabá, pedindo licença para entrevistar o dono da casa, que para sorte dele, recenseador, se encontrava presente.

Não demorou dez minutos a entrevista.

Bem jovem, o rapaz portava um palmtop da LG, de cor azul,  no qual fez anotações com toques de caneta especial, pouco familiarizado ainda com a ferramenta.

Todas as informações solicitadas foram fornecidas prazerosamente pelo dono da casa, ávido em participar da pesquisa que o IBGE começou, e que deverá mostrar um Brasil diferente – bota diferente nessa barato! – daquele de 2000, quando a distância entre miséria e riqueza nos dava vexatória vergonha.

Em dez anos, pelo menos temos absoluta certeza de quase metade da população abaixo da pobreza está migrando para as classes C e D.

Ainda há muito que avançar, mas Lula deu o start, bateu de frente com as atrasadas classes dominantes que sempre amaram explorar os mais pobres, tufando suas contas bancárias à custa da fome e da vida maltrapilha de milhões de brasileiros

Se tem algo que tem deixado o blogger na mais ansiosa expectativa são os dados estatísticos em fase de gestação pelo Censo 2010 a serem conhecidos.

Quando o recenseador concluiu a coleta de dados, quem passou a entrevistá-lo foi o pôster.

Willian tem como meta pesquisar onze quadras do Núcleo da Nova Marabá.

Ao ser indagado quantas residências ele havia pesquisado, qual a surpresa:

     – O senhor está sendo meu primeiro entrevistado. Saí agora do IBGE para iniciar meu trabalho.

Quanta honra, comuniquei-lhe.

O Brasil está grávido, exuberantemente grávido, de boas informações a serem descobertas, brevemente.

Bom trabalho, William!