Bobagem sem tamanho nota assinada pelos presidentes das frentes Pró Carajás e Tapajós, João Salame e Lira Maia, justificando suas ausências das entrevistas promovidas pela TV Cultura sobre o plebiscito. Ambos  declinaram do convite “por decisão política, motivada por insatisfações do governo em relação à questão. E  a TV Cultura é um órgão do governo. O governador e os que trabalham com ele têm todo o direito de se manifestar, mas não foi isso o anunciado antes”, disse Salame à imprensa de Belém.

Ao poster, causou surpresa a decisão de Salame.

Sempre ágil em suas intervenções, seria o momento, em pleno estúdio de uma TV   adversária da questão separatista, do parlamentar deitar e rolar, bailando argumentos que tem consolidado ao longo da campanha plebiscitária. Ademais, o programa seria ao vivo, sem edição. E nisso, Salame é bom, de romper cercos, diante de adversidades.

Pior ficou, na visão do blogueiro, a justificativa de que o artigo do governador Simão Jatene, publicado domingo nos jornais Diário do Pará e O Liberal,  seria outro fator ao convite declinado.

A decisão pode ter sido política, também perfeitamente válida num processo eleitoral. Só que para a luta de convencimento no terreiro adversário, no caso Belém, ficou feio pra dedéu encarar aquela cadeira vazia no estúdio, e as ausências (de Lira e Salame) anunciadas.

O eleitorado do Sul e Oeste do Pará, onde a Cultura tem pouca penetração, entenderiam muito bem o “protesto” dos dois frentistas, mas o principal público alvo, da Região Metropolitana onde o plebiscito vai ser decidido, não!

Durante seus quatro anos de governo, Ana Júlia repetiu o mesmo argumento, por onde era questionada sobre a divisão territorial: – “Fui eleita  com votos de 143 municípios, e gostaria de concluir meu mandato com os 143 (agora são 144) municípios integrados ao território paraense”.

O blog considera o artigo de Jatene perfeitamente factível – e  novo ingrediente para apimentar o debate.

Afinal, o governador do Estado, autoridade maior deste território, se manifestou. De forma branda, mas se manifestou.

Cabe agora a utilização de seus argumentos como contraponto à discussão.

Quanto as críticas de que assessores e secretários do Governo do Estado estão usando mídias sociais (Twitter e o Face) para defender o Não, também apontado como um dos fatores da negada participação  dos dois presidentes da frentes do Sim    na TV Cultura, pelo amor de Deus, isso chega a ser cômico.

As mídias sociais são democráticas, estão aí mesmo sendo usadas, com muita competência, diga-se, pelo João Salame e demais defensores da divisão!  Qual o problema do Ney Messias ou da Adelina Braglia (Secretário de Comunicação e Idesp) twittar ou mandar ver no Face?

Nenhum!

Nenhuma das mídias citadas recebe dinheiro do contribuinte. São públicas e gratuitas.

O plebiscito exige isso mesmo: a participação de todos, desde que a legislação não seja atropelada.

O blog faz questão de registrar essa inquietação diante da posição do Salame, por considerá-la imprópria para o direcionamento do discurso e da defesa da tese separatista.

Perdeu-se a oportunidade de delimitar espaço por uma questão ingenuamente “justificada”.

Politicamente incorreta.