Reparando bem a Companhia Vale do Rio Doce tem toda razão quando decide denunciar o Brasil aos organismos internacionais pelo fato do país não ter uma política definida para atendimentos dos povos indígenas. É deprimente ler nos jornais os detalhes de uma reunião realizada entre a CVRD, Funai e lideranças dos Gaviões, da aldeia Parkatêjê, localizada a 30km de Marabá, na Br-222, em que as demandas maiores dos silvícolas – conforme disse um de seus caciques -, são dívidas contraídas junto a fornecedores.
Para quem conhece o cotidiano da aldeia e sabe que seus representantes mais conhecidos não saem de concessionárias de veículos e de outras lojas com densidade de propagar forte atração de consumo, esbanjando queima de grana, não fica surpreso em deparar com seus povos passando dificuldades financeiras resultantes de dívidas impagáveis. Está configurada aí clara incapacidade de suas lideranças gerenciar recursos, e onde aparece a figura do governo alheia a um questão fundamental, também, à sobrevivência da civilização indígena: treinar suas mais desenvolvidas cabeças a noções básicas de gestão.