Foto arquivo DOL

Desconfie, redondamente, quando você ouvir ou ver político batendo no peito, dizendo que é contra corrupção, que “lugar de corrupto é na cadeia”, demonizando de forma genérica a classe política – como se ela fosse o mal de todos os males.

Normalmente, esses carantonhas são tremendos 1.7.1 .

E os exemplos estão aí.

O mais nobre deles é o atual mandatário do país, eleito  com um discurso de  moralismo, em defesa dos “bons costumes” e  “contra a corrupção”.

Nem bem colocaram o pé em Palácio,  ele e os filhos numerados começaram a mostrar o verdadeiro viés de suas personalidades, com o pipocar de denúncias de corrupção no seio da família.

Agora explode o maior dos escândalos, a suposta participação do governo na compra, com preços superfaturados, de vacina contra a covid.

Próximo à linha do Equador, também explodiu outro exemplo de falso moralismo.

Mais precisamente naquela balela de “sou delegado da Polícia Federal e combato a corrupção”, frase muito usada nas recentes campanhas eleitorais por agentes da PF afastados de seus cargos para disputar cargo público.

O famoso “Delegado Eguchi”, foi alvo hoje de busca e apreensão em sua residência, no rastro da chamada “Operação Mapinguari”, da Polícia Federal.

Ex-candidato à prefeitura de Belém em 2020, o delegado federal Everaldo Eguchi, é o principal alvo  da Polícia Federal.

Nesta manhã, os policiais foram até a casa de Eguchi, localizada na passagem do Arame, próximo a Dr. Freitas, no bairro da Sacramenta. O irmão dele, Eduardo Eguchi, seria o elo com empresários da mineração alvos de investigações e tiveram informações privilegiadas.

A suspeita é grave: Eguchi teria repassado informações privilegiadas de operações nas quais participou, que é um crime no serviço público federal.

Havia boatos de que ele tinha envolvimento com madeireiros ilegais, mas nada tinha sido investigado até então.

A investigação começou em 2018 e trata especificamente da violação de sigilo funcional ocorrida durante o desencadeamento da “Operação Migrador”, trabalho de investigação feito pela Delegacia de Polícia Federal de Marabá/PA, que apurava a atuação de organização criminosa de exploração ilegal de minério de manganês.

O vazamento trouxe prejuízos para investigação, já que um dos investigados tiveram conhecimento antecipado da ação policial, acarretando a não localização de alguns alvos no dia da operação.

Sob a égide da honestidade, Eguchi se projetou politicamente, assim como outros ex-delegados da PF  que estão aí pelo país tentando manter-se na carreira política, não se sabe até quando, porque no fundo usam exclusivamente o nome honrado e respeitado da Polícia Federal para disseminar discursos mentirosos.

Na casa de Eguchi a PF apreendeu malas de dinheiro e documentos diversos (Fotos da Polícia ederal).