O blogueiro tomou conhecimento nesta tarde de segunda-feira, 11,da morte de “Tia Coló”, um dos patrimônios humanos de Marabá.
Há informação de que a morte tenha sido provocada pela covid-19 considerando os sintomas da enfermidade idênticos ao que faz o coronavírus no organismo.
Batizada Clotilde Marques da Silva, a maranhense era a tiazona dos marabaenses de raiz, aqueles que viviam a noite e procuravam abrigo para a fome no meio da madrugada, ou já nas primeiras horas do dia seguinte.
O “Bar da Tia Coló” foi ponto de encontro da boemia, num tempo em que os marabaenses podiam ter barzinhos chamados de seu.
Não sei quando “Tia Coló” fechou nosso saudoso barzinho onde a gente encontra s melhores caldos, principalmente Mocotó e Buchada.
Dava um prazer danado chegar ´bebum´na casa de Coló, sentar-se à uma das mesas que ficavam espalhadas na extensão da calçada, encher o bucho e ir dormir.
Sem falar nos bate-papos calorosos entre os clientes, todos doidos pra fazer depressa o rango e procurar uma cama.
Tia Coló é mais um patrimônio humano se esvai de nosso meio.
Em fevereiro de 2008, o blogueiro escreveu uma crônica sobre os bares da vida, e na caixa de comentários do post aparecem citações da importância de Tia Coló para os amantes da noite marabaense.
Quem quiser ler a crônica, ACESSE AQUI.
Entre alguns comentários, escolhemos este abaixo assinado pela ex-vereadora e ex-vice-prefeita de Marabá, Adelina Braglia.
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Adelina
Caro Hiroshi:
do Batukão eu lembro mais dos almoços, quando ia algumas vezes com o então Pagão – hoje quase cristão na beca de doutor! – ou com o Frederico Morbach, comer peixe frito. Havia também o fantátisco peixe no caldo, do seu Melquíades,, lá na Santa Rosa, mas à noite e com hora marcada.
O caldo era de madrugada,- de frango com um maravilhoso ovo inteiro, ou de mocotó, pra levantar defunto – na Tia Coló, depois de sair do Pinguim e ter amado por horas o Negão cantando. Algumas vezes eu pegava o microfone e realizava meu sonho nunca ralizado: ser cantora de boate!
Bons tempos camarada. Não voltam mais, mas esses dias e noites fortaleceram a construção do que somos hoje. Axé, Marabá!
João Dias
15 de maio de 2020 - 22:46A panelada ainda ferve na minha memória.
Depois dos bailes, especialmente de carnaval, lá íamos nós, jovens boêmios) encerrar a madrugada.
Tínhamos 3 opções: Lira (na sete de junho), Tia Coló, na Antonio Maia e, Chico da buchada, no Canela-Fina.
A buchada era a pedida. Feita com miúdos de boi, cheiro Verde, e outros temperos, fazia o cadáver levantar.
Registro que, é com pesar, saudades e lembranças que, recebo a nota de falecimento da nossa saudosa Tia Coló.
Meus sentimentos aos familires e amigos.
João Dias.
Tijuca, Rio/RJ.
15/05/20