Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apontaram que o desmatamento da Amazônia em abril atingiu uma área de 529 km², representando um aumento de 171% em relação ao mesmo período do ano passado.
O Pará concentra 32% de toda a área desmatada. A devastação foi a maior em 10 anos.
O levantamento foi feito pelo Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, instituto que não tem ligação com o governo brasileiro.
Segundo o SAD, entre o período de janeiro a abril de 2020, o desmatamento acumulado foi de 1.073 km², um aumento de 133% face ao mesmo período de 2019, quando totalizou 460 km².
O Pará foi o estado mais afetado em abril, concentrando 32% de toda a área desmatada, sendo seguido pelo Mato Grosso (26%), Rondônia (19%), Amazonas (18%), Roraima (4%) e Acre (1%).
“Em abril de 2020, a maior parte (60%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas. O restante foi registado em unidades de conservação (22%), assentamentos (15%) e terras indígenas (3%)”, disse o Imazon, em comunicado.
Os números apresentados pelo Imazon divergem dos dados divulgados no início do mês pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que é ligado ao governo federal e relatou um aumento de 63,75% em abril ante o mesmo mês do ano passado.
Segundo o Inpe, foram emitidos sinais de alerta de desflorestação em 405,6 km² nos estados da chamada Amazônia Legal — Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte do Maranhão — um número bastante inferior em relação aos 529 km² relatados pelo Imazon.