E não é verdade que entidades dos direitos humanos buscam confirmar tênues suspeitas de que alguns editorialistas da Folha teriam ficado, um bom tempo, em estado de depressão, pela inexistência, durante os anos de chumbo, das avançadas técnicas de tortura desenvolvidas pela CIA, nos dias atuais, para interrogar suspeitos de terrorismo – entre elas:

Técnica de afogamento, na qual o prisioneiro é deitado com um pano colocado na boca ou um pedaço de plástico no rosto. Os interrogadores deitam água sobre o rosto do prisioneiro, produzindo uma sensação de afogamento.

Cela fria: O prisioneiro é obrigado a ficar em pé e nu numa cela fria e água é derramada sobre o prisioneiro.

Ficar em Pé: Os prisioneiros são obrigados a permanecer em pé por 40 horas ou mais.

Palmadas na barriga: o prisioneiro recebe uma forte palmada no estômago com a palma da mão aberta. A técnica é dolorosa, mas não causa ferimentos

Como a Folha considera os militares brando demais no tratamento de choque dado à democracia brasileira, é bem provável que a família Frias (dona do jornal paulista) considere o waterboarding (afogamento simulado) apenas suavíssima técnica de interrogatório, quem sabe, podendo acrescentar, candidamente, que naquele processo “não se mutila” nem “se sodomiza” as vítimas, contribuindo, portanto, apenas de forma didática para maiores esclarecimentos.

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A propósito (como mostra a ilustração acima enviada pelo colaborador Ronaldo Lima), nessas questões de brandas torturas, a Igreja Católica brindou também a civilização com suas sessões de confessionários bárbaros. O teólogo metodista William Schweiker, no ensaio “Baptism by Torture“, mostra que o waterboarding era usado já na Inquisição Espanhola. A chamada “tortura del agua“, pela sua similaridade com a cerimônia do batismo, tinha profundo significado teológico para os inquisidores.

É até possível que as vítimas da Igreja não vissem muita diferença entre uma coisa e outra, se chamadas a opinar, mas, que diacho, os inquisidores eram bons no que faziam!