Sobre a pesquisa do Datafolha apontando empate técnico entre Serra e Dilma.

Luiz Nassif, coloca a ponta do dedo na ferida:

Tracking é um monitoramento diário feito para sondar movimentos voláteis de opinião pública. No caso das campanhas, são pesquisas telefônicas, que não tem nem o mesmo rigor nem a mesma abrangência das pesquisas de campo. Mas servem para antecipar tendências.

A pesquisa do Datafolha foi precedida de notas informando que os trackings do PSDB haviam apontado reversão súbita na tendência de queda de Serra.

A campanha da Dilma também tem os seus trackings. O de ontem mostrava a distância abrindo para 10 pontos em favor de Dilma – o oposto do PSDB. Instituto Sensus e Vox Populi são taxativos em apontar tendência irreversível de abertura da distância entre Dilma e Serra – inclusive em pesquisas qualitativas. No dia a dia é possível perceber a corrosão da candidatura Serra até nas conversas com setores historicamente anti-dilmistas – como o mercado financeiro.

2- A falta de rigor da consulta:
 
Vamos a alguns pontos já analisados por especialistas, sobre a fragilidade metodológica do Datafolha – embora não sejam suficientes para explicar reversões tão bruscas em tendências eleitorais.

Problema 1: a amostra é URBANA, não vai ao RURAL

A amostra por fluxo de ponto (fluxo de pessoas nas ruas) somente vai ao URBANO (85% do país), não vai ao RURAL (15% do país), onde Lula e Dilma Rousseff apresentam percentuais ainda maiores de aprovação. Não há cruzamentos das intenções de voto por URBANO e RURAL.
Problema 2: amostra telefônica

A amostra coletada equivale a uma AMOSTRA TELEFÔNICA do país. Na entrevista coleta-se, necessariamente, o nome e o telefone do entrevistado para checagem. Os últimos dados do IBGE mostram que somente 44,4% dos domicílios têm telefone fixo, e somente 75,5% dos domicílios têm usuários de celular. É uma amostra dos mais ricos.

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