A primeira etapa da reconstrução do vão central da ponte Rio Moju será finalizada pela Secretaria de Estado de Transportes (Setran) até semana que vem. Na sexta-feira (12) foi cravada a 14ª estaca das 21 necessárias para a fundação do mastro.

Ao mesmo tempo que as estacas restantes são cravadas no fundo do rio, operários também trabalham na sucção da água que fica dentro de cada uma delas para que, posteriormente, possam ser concretadas.

As várias frentes de trabalho no local da ponte garantem celeridade à obra, que precisa ser entregue à população paraense antes do final deste ano.

A construção de um vão central na forma estaiada de 268 metros de comprimento foi a solução encontrada pela engenharia para garantir a recomposição do trecho que foi destruído em abril passado por uma embarcação desgovernada.

A obra é um desafio que envolve cerca de 200 profissionais, entre engenheiros, projetistas, operários, que se revezam em turnos diurnos e noturnos.

O esforço é para contribuir com a obra, que envolve a construção e montagem de peças gigantescas como as estacas verticais com 1,2 metros de diâmetro, em aço, com parede de 12,5 milímetros, que chegarão a cerca de 60 metros de comprimento com 44 metros cravadas em solo, ou com tarefas mais simples, mas de suma importância, como dobrar arames que irão dar sustentação às ferragens dentro das estacas.

O novo apoio central do mastro da ponte está sendo reconstruído com dois vãos de navegação ampliados de 134 metros cada um, ambos suportados por cabos-estais.

Esse novo sistema estrutural garantirá a boa qualidade da navegação na região, com mínimo risco de impacto de embarcações sejam de pequeno ou grande porte.

Para ampliar ainda mais a segurança da navegação na área serão colocados três defensas (dolfim) de proteção dos pilares central e lateral do trecho estaiado.

Os dolfins já foram testados em São Paulo e começaram a ser pré-fabricados com previsão de chegada na obra já no mês que vem.

Segundo o titular da Setran, Pádua Andrade, todas as peças que virão prontas de outros estados serão testadas e certificadas antes de embarcarem ao Pará.

“Trabalhamos com um prazo exíguo e não podemos perder tempo com devolução de materiais, pois já tivemos um desgaste muito grande com a retirada dos entulhos da ponte e dos destroços da embarcação, que demorou um tempo maior do que o previsto. Mas a obra segue agora dentro do prazo”, afirmou.

Após a fase de cravação das estacas do mastro central começará o trabalho da forma do bloco e do mastro, que é a segunda parte da construção da ponte.

A terceira etapa é a montagem do tabuleiro (base que sustenta a pista da ponte), que está sendo pré-fabricado em Fortaleza (CE) e deverá começar a chegar ao Moju no final deste mês.

A estrutura foi idealizada em partes metálicas (módulos de 12 metros de comprimento) e deverá ser transportada até o canteiro de obras da ponte, onde deverão ser montados com parafusos para posterior içamento até sua posição definitiva.

Para dar agilidade à construção, a Setran baseou seu sistema construtivo em dois eixos de ações: pré-fabricação da pista – parte do mastro e a construção, in loco, da fundação – pilares, ou seja, partes da nova ponte chegarão prontas e testadas para serem apenas montadas no vão central do rio Moju.