Os ritmos “culturais” que embalaram a criatividade de Paulo Chaves são feitos de cimento, ferro e vidros -, maiores obras da gestão tucana emoldurados na Estação das Docas, Mangal, Feliz Luzitânia e Centro de Convenção. Não discuto os benefícios desses empreendimentos (que são muitos) -, apenas citados como símbolos de uma era onde confundiram, propositalmente, cultura popular com turismo de ocasião.
Quando Paes Loureiro ocupou a Secult, o Sul do Pará o recebia com freqüência. O olhar do poeta se sentia bem no meio de nossa gente, e cantava e ria com tudo o que se produz no seio das manifestações populares. Travado pela burocracia de Almir Gabriel, nada pode fazer de relevante, mas conseguiu ainda imprimir alguns eventos e oferecer workshops na área musical para muita gente de diversos municípios.
Depois fizeram inversão de valores: trocaram o poeta pelo arquiteto, e as artes choraram, perderam o vinco e a cor. Mas não a vida.