O instituto Vox Populi, do sociólogo Marcos Coimbra, realizou uma pesquisa inédita para medir o tamanho do ódio ao Partido dos Trabalhadores e chegou a uma conclusão interessante: em 12% do eleitorado, ele é relativamente pequeno, diante do massacre midiático.
“Quem se expõe aos meios de comunicação corre o risco de nada entender, pois só toma contato com o que pensa um lado. Será majoritária a parcela da opinião pública que se regozija ao ouvir os líderes conservadores e assistir aos comentaristas da televisão despejar seu ódio?”, questiona Coimbra.
Em sua análise, ele demonstra que os “haters” são em número menor do que muitos imaginam. Leia abaixo:
O tamanho do ódio
Por Marcos Coimbra
Nestes tempos em que a intolerância, o preconceito e o ódio se tornaram parte de nosso cotidiano político, é fácil se assustar. É mesmo tão grande quanto parece a onda autoritária em formação?
Quem se expõe aos meios de comunicação corre o risco de nada entender, pois só toma contato com o que pensa um lado. Será majoritária a parcela da opinião pública que se regozija ao ouvir os líderes conservadores e assistir aos comentaristas da televisão despejar seu ódio?
Recente pesquisa do Instituto Vox Populi permite responder a algumas dessas perguntas. E seus resultados ensejam otimismo: o ódio na política atinge um segmento menor do que se poderia imaginar. O Diabo talvez não seja tão feio como se pinta.
Em vez de perguntar a respeito de simpatias ou antipatias partidárias, na pesquisa foi pedido aos entrevistados que dissessem se “detestavam o PT”, “não gostavam do PT, mas sem detestá-lo”, “eram indiferentes ao partido”, “gostavam do PT, sem se sentir petistas” ou “sentiam-se petistas”.
Os resultados indicam: permanecem fundamentalmente inalteradas as proporções de “petistas” (em graus diversos), “antipetistas” (mais ou menos hostis ao partido) e “indiferentes” (os que não são uma coisa ou outra), cada qual com cerca de um terço do eleitorado. Vinte e cinco anos depois de o PT firmar-se nacionalmente e apesar de tudo o que aconteceu de lá para cá, pouca coisa mudou nesse aspecto.
Nessa análise, interessam-nos aqueles que “detestam o PT”. São 12% do total dos entrevistados. Esse contingente tem, claro, tamanho significativo. A existência de cerca de 10% do eleitorado que diz “detestar” um partido político não é pouco, mas é um número bem menor do que seria esperado se levarmos em conta a intensidade e a duração da campanha contra a legenda.
A contraparte dos 12% a detestar o PT são os quase 90% que não o detestam. Passada quase uma década de “denúncias” (o “mensalão” como pontapé inicial) e após três anos de bombardeio antipetista ininterrupto (do “julgamento do mensalão” a este momento), a vasta maioria da população não parece haver sido contagiada pelo ódio ao partido.
A pesquisa não perguntou há quanto tempo quem detesta o PT se sente assim. Mas é razoável supor que muitos são antipetistas de carteirinha. A proporção de entrevistados com aversão ao partido é maior entre indivíduos mais velhos, outro sinal de que é modesto o impacto na sociedade da militância antipetista da mídia.
Como seria de esperar, o ódio ao PT não se distribui de maneira homogênea. Em termos regionais, atinge o ápice no Sul (onde alcança 17%) e o mínimo no Nordeste (onde é de 8%). É maior nas capitais (no patamar de 17%) que no interior (4% em áreas rurais). É ligeiramente mais comum entre homens (14%) que mulheres (10%). Detestam a legenda 20% dos entrevistados com renda familiar maior que cinco salários mínimos, quase três vezes mais que entre quem ganha até dois salários. É a diferença mais dilatada apontada pela pesquisa, o que sugere que esse ódio tem um real componente de classe.
Na pesquisa, o recorte mais antipetista é formado pelo eleitorado de renda elevada das capitais do Sudeste. E o que menos odeia o PT é o dos eleitores de renda baixa de municípios menores do Nordeste. No primeiro, 21% dos entrevistados, em média, detestam o PT. No segundo, a proporção cai para 6%.
Não vamos de 0 a 100% em nenhuma parte. A sociologia, portanto, não explica tudo: não há lugares onde todos detestam o PT ou lugares onde todos são petistas, por mais determinantes que possam ser as condições socioeconômicas. Há um significativo componente propriamente político na explicação desses fenômenos.
O principal: mesmo no ambiente mais propício, o ódio ao PT é minoritário e contamina apenas um quinto da população. Daí se extraem duas consequências. Erra a oposição ao fincar sua bandeira na minoria visceralmente antipetista. Querer representá-la pode até ser legítimo, mas é burro, se o projeto for vencer eleições majoritárias.
Erra o petismo ao se amedrontar e supor ter de enfrentar a imaginária maioria do antipetismo radical. Só um desinformado ignora os problemas atuais da legenda. Mas superestimá-los é um equívoco igualmente grave.
Apinajé
17 de junho de 2015 - 08:04Enquanto para uns não apoiar as bandalheiras institucionalizadas pelo PT,é ódio polítoco,insisto na tese,política não é futebol,no esporte se nosso time toma de 7 a 1,nossa vida não muda em nada,na política,muda e muito.
a questão não é PT ou PSDB,o “buraco”é mais embaixo,é o Brasil(povo)que está sendo conduzido para o abismo,pior que um mal governo, é não ter governo,o que é a Dilma?se não um fantoche refém daqueles que um dia ela e seu PT demonizaram.
ódio ao PT?
João Dias
16 de junho de 2015 - 11:46‘O que Congresso aprovou vai na contramão do mundo’ (Miríam Leitão – BDB 16/05/15)
“Quando essa regra foi adotada era outro momento, outra circunstância, outra motivação e, certamente não foi adotado para a perenidade. Chegou a hora da extinção dessa regra’.
“A declaração do senador Álvaro Dias foi uma contradição. Realmente a situação mudou, mas para pior desde a introdução do fator previdenciário. O que o Congresso aprovou vai na contra mão do mundo.
A maioria dos países tem adiado a idade da aposentadoria. Quase todos os países têm idade mínima. No ano passado, os que se aposentaram no Brasil por tempo de contribuição tinham 52 anos em média, no caso das mulheres, e 55 anos no caso dos homens. É muito cedo.”
Eu que acompanho, sempre que posso, as Sessões do Congresso Nacional, não estranho mais nada.
Os legisladores podem tudo em nome de uma Nova Ordem Moral.
O que diz Álvaro Dias é só um pequeno exemplo de como o Congresso (Câmara e Senado) estão legislando: Serra e Renan querem implodir o pré-sal; a manobra do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para aprovar o financiamento empresarial de campanha levou o tema para análise do Supremo Tribunal Federal, mais uma vez.
Celso Bandeira de Mello, um dos grandes juristas brasileiro, diz que a manobra orquestrada por Cunha, do ponto de vista jurídico, contraria a democracia.
A defesa da institucionalidade democrática demanda o pleno respeito ao ordenamento jurídico, ganhando relevo a observância do “devido processo legislativo” fixado no próprio texto constitucional.
A votação ocorrida no dia 27 violou as regras instituídas no inciso I e no § 5º do artigo 60 da Constituição Federal, que norteiam o processamento das Propostas de Emenda Constitucional.
A Carta da República não autoriza que a matéria seja rediscutida senão no ano seguinte, e uma nova PEC, tanto quanto a anterior, deveria ser assinada por, no mínimo, 1/3 dos Deputados.
“Não resta dúvidas que, a agenda do presidente da Câmara inclui sacramentar o poder do dinheiro grosso sobre os partidos, a homofobia, a terceirização total do trabalho, a redução da maioridade penal e outras miunças de igual calibre.”
“O que presenciamos, na verdade, e os que criticam o PT esperam de Cunha é o destrinchar do governo Dilma como um frango desossado da Sadia e pendurá-lo, junto com os petistas, em um gancho de aço no freezer da história. Até escoar o calendário para as eleições de 2018.”
P.S: O comentarista é PGD em Getão Pública, nunca foi e, nem é filiado a qualquer partido Político.
Plinio Pinheiro Neto
15 de junho de 2015 - 16:35Interessante o esforço regiamente recompensado que é feito para tentar retirar o PT do buraco em que ele mesmo se enfiou, mercê dos desmandos cometidos por seus dirigentes e estrelas maiores, com mandato político ou não, inclusive, com “entrevistas” adredemente combinadas e preparadas.
Ninguém odeia o PT e sim milhões lamentam terem direcionado sua confiança e esperanças para uma organização partidária que chegou ao poder e mostra não saber conviver com ele.
Não se pode desconhecer que, se Dilma teve 58.000.000 de votos, mais de 53.000.000 de eleitores a repudiaram e mais de 30.000.000 não querem nem ele e nem Aécio. Esse é o nosso País, Um País insatisfeito com o que lhe oferecem e à espera de algo novo e transformador. Essa pesquisa das urnas, embora contestada e sob permanente suspeita de manipulação, ainda é a melhor e mais confiável, pois não foi solicitada e nem paga por quem quer que seja.