A frase é de um prefeito do Sul do Pará.

A pergunta, adornando o título, é do poster.

A história segue.

No aeroporto de Belém, neste final de semana, encontramos dois prefeitos da região aguardando voo da TAM com destino a Marabá.

No bate-papo natural entre jornalista e os políticos, inevitavelmente a eleição de outubro pontuou as conversas.

Os dois prefeitos, assumidos apoiadores da pré-candidatura de Helder Barbalho ao governo do Estado, demonstraram insatisfação com a situação dúbia do deputado estadual Parsifal Pontes (PMDB), de coordenador da campanha do peemedebista e candidato a deputado federal.

Aspas ao que disseram.

“O Helder quer eleger o Parsifal de qualquer maneira, deputado federal. E o Parsifal, usando a condição de pré-coordenador da campanha do Helder,  invade territórios, cooptando lideranças políticas, com o apoio formal do Helder”, disse um deles.

“Eu não vou aceitar esse tipo de candidatura imposta de cima pra baixo. Tenho meus interesses políticos no meu município e acordos firmados anteriormente. Prefiro deixar a candidatura do Helder do que me submeter a essa situação”, narra o outro.

Um dos prefeitos, mais irritado, chegou a cunhar a seguinte frase:

– “Antes mesmo do Helder assumir o governo, se vier a assumir, ele já tem o Puty dele, o Parsifal”  – fazendo alusão maldosa a situação  atribuída ao então Chefe da Casa Civil do ex-governo Ana Júlia, atual deputado federal pelo PT, de que ele manobrava o governo medindo a direção do vento sempre a ser favor , criando, com isso, atritos em diversos  planos da administração pública – com efeitos danosos na área política.

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Atualização às 19:54

 

Deputado estadual Parsifal Pontes comenta o post acima, trazido, imediatamente, à boca do palco:

 

Meu caro Hiroshi,

Leitor juramentado do seu blog, acabo de ler a postagem que ora comento.

Primeiramente asseguro-lhe que, independentemente da comparação, concordo plenamente com as reservas dos seus interlocutores: é absolutamente incompatível coordenar uma campanha e ser, ao mesmo tempo, candidato a qualquer cargo eletivo. Tentar tal empreitada seria falta de senso.

A minha proximidade com o Helder, o pré-candidato do PMDB ao governo do Pará, não é surgida da circunstância eleitoral, mas um compromisso de amizade pessoal e partidário, portanto, recusar-me-ia a agir de forma a lhe prejudicar o desempenho.

Caso eu seja candidato a deputado federal, urge que eu, indubitavelmente, afaste-me do que possa parecer uma coordenação de campanha, mas que não passa de compromisso pessoal e da vontade de ajudar, em quaisquer circunstâncias.

Caso o partido resolva que eu sou mais útil em quaisquer outras atividades de campanha, seja em uma coordenação ou na distribuição de santinhos do candidato, exercerei o papel que a mim for confiado com a mesma determinação: não alimento vaidades pessoais.

Asseguro-lhe que jamais usei a proximidade relatada para cooptar apoios e nem o Helder jamais “impôs” a ninguém tal objeto: os nossos correligionários, como não poderia deixar de ser, principalmente quem detém cargos políticos, com os quais tenho uma relação de amizade e respeito, são soberanos para tomarem as suas decisões, pois apoios forçados não rendem resultados.

Por fim, quero lhe convidar, quando baixarem as águas do Tocantins, para tiramos uma derradeira fotografia no Lourenção, pois um marco da nossa história desaparecerá com o progresso que todos queremos, mas preciso disso para mostrar aos meus netos que naquele rio houve um belíssimo pedral.

Saudações tocantinas,

Parsifal Pontes