Para o Braz, Ademir:

planetários de todo o mundo, uni-vos!

é chegada a hora de dizer não
ao nosso ancestral medo oceânico.
como cometas cadentes,
nesse imenso céu elétrico,
transformemos as egoístas
e egocêntricas
órbitas individuais
numa maior
e mais longa
translação à transação incomum:
solidarizar-se com o Poeta.

O poeta está doente de amor.
no breu,
doendo de amar.

o poeta que escreve a luta da alma,
o uivo do lobo,
a orquestra das aguas.
e o sonho dos poetas.

quando o poeta fica
doente de amor
o amanhecer na cidade deserta,
cheia de tudo,
inclusive cantos embriagados,
teima em clarear a dor que não cala
na cola.
o Poeta,
flertando com a velhice
na sapiencia da idade,
insiste em amar.
em desamor

quando o poeta fica assim
a vida se agita
a alma se perde
o sonho branco da saudade
escreve a doença do amor.