Dias deses, o poster leu alguma coisa sobre intenção da mineradora Vale construir uma grande cerca em torno da Estrada de Ferro Carajás, numa faixa de terra que englobaria parte do território paraense, às proximidades de cidades “rebeldes” como Marabá e Parauapebas.
Com a cerca, imaginam os “perfumadinhos” executivos da companhia, os trilhos da ferrovia não seriam ocupados por manifestações populares.
Naquele dia, ficamos de comentar a preciosidade do projeto segregacionista da mineradora, mas terminamos passando batido.
A Vale soltou a nota de sua “boa intenção” numa manobra estratégica para auscultar o humor das populações a serem atingidas com o grande brete.
Sim, um grande brete – daqueles em currais usados para guiar o boi num caminho que o leva à morte ou a partidas sem voltas.
Ou, numa imagem mais “singela”, apenas com intuito de “vaciná-lo”.
Com sua política de acantoamento, a Vale promove a desintegração de gentes, porque fecha caminhos àqueles que usam pinicadas, pequenas aberturas na mata, para se intercomunicarem.
A construção do brete ferroviário é sinônimo de apartação, agride o ir e vir das pessoas pobres que, desesperançosas de melhorias em sua qualidade de vida, terão ainda a humilhante imposição de encarar cercas e mais cercas diante de seus narizes.
O muro de Berlim foi derrubado em 1989, depois da separar com sua barreira física o mundo em dois blocos.
O muro da vergonha idealizado pela Vale tem o mesmo objetivo: separar gentes de seu corredor de exportação.
Delimitar território, escorando populações aos mais recônditos lugares.
Pois bem, a mineradora soltou a nota na imprensa anunciando a intenção de aprofundar sua vergonhosa política de segregação, em pleno território paraense, e nenhuma autoridade se levantou para dizer não.
Dizer não à agressiva atitude, para dar um basta nessas indecorosas projeções que só vem aprofundar o fosso social que desgraçadamente atormenta 1,7 milhão de paraenses residentes no Sul/Sudeste.
O governador Simão Jatene tem o dever moral e a obrigação de vir a público dizer que não aceita isso.
Os prefeitos cujos territórios são cortados pela ferrovia, também.
A Vale não pode mais achar que somos um imenso curral no qual ela coloca seus dejetos, para preservar a riqueza anualmente acumulada à custa dos minérios que ela explora em solo paraense.
Enquanto existir um teclado à disposição deste poster, cerraremos luta contra esse projeto criminoso que a mineradora tentará impor goela adentro de todos nós.

INCENTIVOS FISCAIS
2 de fevereiro de 2013 - 08:28Os incentivos fiscais dados pelo Estado do Para para a Vale são tão grandes que somente a Isenção de ICMS sobre o consumo de energia durante um ano e infinitamente maior que o valor aportado pelo governo do Ceara para a construção da siderurgica do Pecem que esta em fase bem adiantada do projeto.
Não custa nada lembrar que a Vale usa argumentos duvidosos e tem na mão o governo estadual e federal.
INCENTIVOS FISCAIS
2 de fevereiro de 2013 - 07:30Quando na discussão da divisão dos royalties do Petroleo o povo capixaba e fluminense tiveram brios e fizeram manifestações montras no centro de seus Estados.
Porque nos que habitamos esta região não nos mobilizamos e fazemos um grande protesto exigindo que o governo do Estado tire os incentivos fiscais que a Vale tem. Lembro que o unico governador que teve o peito de fazer isto foi o Helio Gueiros Filho que ocupou interinamente o cargo de governador durante o afastamento do Sr. Almir Gabriel por motivo de doença fato este que a Vale tremeu na base e mandou o Sr. Steimbruch (testa de ferro do Bradesco)que na epoca ocupava a presidencia da Vale recem privatizada para o hospital ficar do lado do Almir para retira-lo do leito hospitalar para que este reasumisse o governo e anulasse a decisão de seu vice fato este que ocorreu no primeiro dia que Almir reassumiu mesmo capengando por força de sua enfermidade.
Tirar os incentivos que o Estado proporciona a Vale causa muito mais impacto do que simplesmente fechar a ferrovia.
Nilson Vieira
1 de fevereiro de 2013 - 20:23Caro HB,
Os políticos do parazinho, encastelados na capital das favelas e subservientes ao poderio dessa empresa usurpadora dos recursos naturais que deveriam ser nossos (quando aparecerá alguém de coragem para ir a fundo na investigação da privataria tucana??) nada farão para impedir essa vergonha, para todos nós, que querendo ou não, continuamos “paraenses”.
O povo de Carajás há de encontrar formas de evitar esse novo “muro (ou curral) da vergonha”.
Saudações Tapajônicas,
Nilson Vieira
caio
31 de janeiro de 2013 - 19:13Iris você acertou em cheio. A Dilma tirou a hidrovia do PAC por causa da Vale, a Vale precisa de alguma desculpa para acalmar a população, caso o governo faça a hidrovia qual vai ser a desculpa? Esqueçam ALPA. Ela não vem. Certeza absoluta.
Luis Sergio Anders Cavalcante
31 de janeiro de 2013 - 17:10Hiro, a mídia local(TV´s, Rádios e Jornais) não se manifestam a respeito. Será a subserviência paga o motivo ? Em 31.01.13, Marabá-PA.
iris
31 de janeiro de 2013 - 14:06Sabe Hiroshi,eu fico pensando aqui com os meus “botões”, e se antes da Vale colocar a cerca,nós arrancássemos os trilhos deles?só os trilhos entre Marabá e Parauapebas,eu sei que isso seria “rebeldia”,mas não fomos escolhidas para sermos cercados exatanemente por sermos “rebeldes” ?Eu não sou muito fâ da violência,mas às vezes dá vontade de revidar tamanho desaforo.A Vale disse que faria a ALPA se o governo fizesse a Hidrovia,o governo tira a Hidrovia do Pac(seria atendendo a um pedido dos gigantes da Vale?)Ou seja ,eu faço se vc fizer ,mas não faça porque eu não “posso” fazer,o preço do minério caiu e bla bla bla…
monica
31 de janeiro de 2013 - 13:34quem liberou este projeto? e a população que mora nos arredores dos trilhos como ficarão?, realmente como vc falou com a cara no muro da vergonha, pois humilha o cidadão, tirando-lhe o direito de ir e vir
Opinião
31 de janeiro de 2013 - 12:29Vai ser criado o novo Muro de Berlim no Sul do Pará, Infelizmente Hiroshi ta comprovado q nos não temos políticos no Pará, cadê os políticos desse estado q não se manifestam contra essa barbárie, será q estão todos comprometidos com a referida empresa. Vejo movimento nas redes sociais, temos q fazer isso, aquilo e não acontece nada. Peçam pelo menos pra Vale mudar o barulho do apito do trem, pois não aguentamos + esse barulho depois de muitos anos.
Sérgio Couto
31 de janeiro de 2013 - 12:05Que FDP! Eles pensam que o $$$ “Vale” tudo. Nem sempre, amigo Hroshi, enquanto houver pessoas como você. Vc está certíssimo!!,
Querido Sérgio Couto. Já comecei a levar bordoada de reacionários e paus mandados da Vale. A questão é séria. Acho até que a própria OAB-Pará tem o dever de questionar isso. Você, como ex-presidente estadual da Ordem, entre no circuito. Sua capacidade de mobilização nos ajudará demais, amigo. Fico feliz tê-lo aqui visitando o blog. Ah, continua de pé nossas intenções de um reencontro em Belém. Durante o carnaval, lhe procurarei. Abs
Pimpolho de Tróia
31 de janeiro de 2013 - 11:52Belíssima conclusão meu nobre (a Vale pode anotar).
A desgraça de um povo é aceitar que desenvolvimento seja mantido pela exploração em troca de pão e água dos explorados.
Desgraça de um povo é ter gente alienada e reacionário como tu, “Pimpolho de Tróia”, sem rosto, sem nome, atrás de um pseudônimo de escondidos. Vai ver que no Facebook nem foto mostra, com vergonha de ser gente. Dá pra comprovar nos dois IPs teus, perfeitamente idênticos. Na publicação aqui e lá. Eh eh he. Te peguei, babaca!