Sebastião Curió tem aparecido em alguns locais de Curionópolis com uma Bíblia à mão. De casa em casa, explica à população o processo de seu afastamento da prefeitura, depois de reconduzido ao cargo por força de liminar concedida parcialmente pelo ministro Marcelo Ribeiro, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Espertíssimo, o prefeito usa estratégia de vitimização enumerando os prejuízos que supostamente a cidade teve com sua passageira retirada da função.

Afastado do cargo pelos desembargadores do Pará, Curió retornou à prefeitura pelo entendimento de Ribeiro de que a representação contra ele foi feita fora do prazo determinado por lei. O caso ainda será analisado em definitivo pelo TSE.

No segundo mandato de prefeito, Curió alegou em defesa apresentada ao TSE que não foi acusado diretamente de comprar eleitores no último pleito. A representação ao TRE do Pará feita pelo adversário dele, João Chamon Neto, acusa vereadores eleitos que apoiavam Curió de distribuir lanches e cestas básicas no dia da eleição.

Aliados de Curió reclamaram que a decisão do TRE de levantar um caso arquivado ainda em 2004 pelo juiz eleitoral de Curionópolis teve conotações políticas. Eles reclamaram que as denúncias foram montadas pela oposição. O prefeito, no entanto, preferiu o silêncio e orientou os aliados a respeitarem a decisão dos desembargadores paraenses e esperar a análise do TSE.