O guarda chuva social que a constituição Brasileira se propõe a oferecer pelo SUS é muito amplo, daí advêm às dificuldades de se colocar isso em prática. Quando  comparamos nosso SUS com a saúde pública de alguns países de primeiro mundo como os Estados Unidos, vemos o quanto estamos adiantados.

Pode ser que alguns se surpreendam com minha declaração, mas é a realidade. Naquele país ou você tem um seguro saúde ou tem muito dinheiro, não há uma terceira opção, a não ser para alguns pequenos grupos como os esquimós do Alasca, alguns índios e alguns veteranos de guerra. Em alguns pontos, nosso SUS é referencia no mundo todo, como no caso dos transplantes e da AIDS, tirando inclusive este peso da saúde suplementar. Porém, acho que a maior deficiência se encontra na atenção básica à saúde onde tratamos efeitos e não causas – e é ai que perdemos feio para os países de primeiro mundo que tem água de qualidade para população e saneamento.

A saúde suplementar cumpre hoje importante papel social quando vem oferecer ao mercado uma alternativa ao SUS. Através disso aliviamos a demanda pública e, ao mesmo tempo, oferecemos  qualidade, tempo de resposta e uma ampla rede que hoje o poder público esta longe de atingir.

Quando me perguntam se o SUS é uma boa concepção de atendimento de saúde, costumo responder  que a concepção é maravilhosa, o modelo é esse mesmo, não há uma segunda alternativa. É  assim que funciona no mundo todo.

Você hierarquiza o atendimento, começando pelo programa de saúde da família, onde temos o médico generalista que atua na sua comunidade e conhece sua história, atuando em conjunto com programas como imunização, pré natal, planejamento familiar, combate às doenças prevalentes da infância, hanseníase, tuberculose, farmácia básica, endemias, prevenção do câncer de colo uterino e outros.

Quando há  uma necessidade de intervenção de um especialista, o médico de bairro fará o encaminhamento para uma unidade de referência. No caso dos hospitais, temos os pronto atendimentos e as Unidades de média e alta complexidade, que irão estar dispostas em cada Unidade da Federação conforme  planejamento estratégico a ser desenvolvido com a participação de todos os municípios. Este é um resumo da concepção, agora na prática ainda temos um longo caminho a percorrer.

Registre-se que a lei 9.656/98 que regulamentou o mercado de saúde suplementar, reconhece o setor como integrante do SUS e como o sistema Cooperativista (no caso, as Unimeds)  representa hoje quase 50% do mesmo, começamos a compreender sua importância e impacto no sentido de aliviar as pressões do SUS.

Não  tenho dúvidas que o sistema Cooperativista é a maior das alternativas. Claro,  não ousaria dizer que é a solução, pois já estive em países como a Suiça onde procurei conhecer através das pessoas com quem tive contato, e nem lá, um dos países mais desenvolvidos do Planeta, o sistema público de saúde é perfeito. E  ainda faço aqui mais uma ressalva: o sistema de saúde suiço é cobrado, todos pagam para fazer parte.

O  cooperativismo seria hoje a maior válvula de alívio do sistema público. Não  consigo imaginar a saúde suplementar no Brasil sem o sistema Cooperativista, que por sua filosofia e modus operante, consegue agregar profissionais da área de saúde em torno de objetivos comuns, num sistema onde não temos patrões e empregados, mas sim sócios em relação de trabalho ombro a ombro.

( Por Eugênio Alegretti )