Ainda sobre a minha presença no encontro de lideranças comunitárias, em dezembro, no bairro São Miguel da Conquista, uma descoberta prazerosa: a universalização da Internet entre as camadas mais pobres da população e a influência deste blog nas leituras prediletas de quem acessa a Rede.

Sempre que era apresentado aos presentes pela Maria das Dores, a reação dos novos amigos:

 

– É você quem é o Hiroshi Bogéa? Leio todo dia seu blog!

– Tinha vontade de lhe conhecer pessoalmente, adoro seu blog.

 

O HB deixou de ser apenas o jornalista como sempre foi reconhecido, passando a virar referencia da blogosfera entre milhares de abandonados nas áreas suburbanas, nas vilas e distritos fincados nas distâncias geográficas.

Entre participantes do encontro de lideranças comunitárias: trabalhadoras rurais, professores, pequenos comerciantes em distritos do município, agentes de saúde, e por aí vai.

São essas pessoas, no afã da luta por conquistas mais amplas de cidadania, os novos formadores de opinião.

Está chegando ao fim o tempo em que os “formadores de opinião” se originavam basicamente das redações de jornais, das salas de aula da vida urbana, dos escritórios dos profissionais liberais, das universidades, etc.

Dona Joana, lá de Brejo do Meio, trabalhadora rural; o seu Mário, lá das “Quatro Bocas” (distrito de Marabá), dono de pequeno comércio; Marias, Joãos, Josés e Silvas outros chegaram nesse nível de geradores de consciências.

E eles todos têm em comum a vida simples do meio rural, transportadores de dificuldades diversas, parceiros de missões conjugadas às lutas das entidades comunitárias da cidade.

São esses brasileiros, cada dia mais familiarizados com a internet, que leem meu blog e dizem satisfeitos mil por terem me conhecido.

A eles devo compromissos de qualificação da notícia, da informação e da opinião descentralizada.

São eles que passaram a somar, ao lado de milhares de outros leitores, a audiência cada dia mais recorde dos acessos monitorados.

E isso me deixa comovido, no fundo do coração.

Também consciente da responsabilidade crescente de que este sítio passou a ser mais do que um simples espaço de entretenimento, transformando-se, também, em agente transformador.

Dá um orgulho danado, tudo isso.