Subtraindo a cobertura jornalística politizada de alguns veículos e colunistas famosos que chegaram a atribuir, prematuramente, o acidente do Airbus-A320 da TAM às obras de Congonhas entregues incompletas, sem o chamado “grooving” (ranhuras que dão mais aderência na hora do pouso), com nítido objetivo de atingir o presidente Lula, a revelação na edição de ontem do “Jornal Nacional” de que a aeronave apresentava defeito no reverso da turbina é o que pode estar mais próximo da realidade – mantendo as reservas recomendáveis de se aguardar as apurações que nem bem começaram.
Mas pode ser por aí, considerando: 1) dois minutos antes do 3050 tentar fazer seu pouso, outra aeronave da mesma envergadura aterrissou normalmente sem acusar deficiências da pista; 2) comparando a velocidades dos dois aviões, é clara a situação de altíssima velocidade do Airbus-A320 na hora em que tocou no chão, mais parecida com procedimento de decolagem.
O que maltrata nessa história é a posição da direção da TAM admitir, em nota enviada à imprensa, que o equipamento voava já a alguns dias com o reversor direito desligado, sem que esse procedimento configurasse “qualquer obstáculo ao pouso da aeronave”.
Momento de indagar aos executivos da empresa se eles viajariam em avião (ou permitiriam que suas mães também o fizessem) com defeito em um dos instrumentos da aeronave mais exigidos na hora de controlar seu pouso.
Detalhe: a competente reportagem do “Jornal Nacional” mostrou que o mesmo Airbus-A320 teve problemas para pousar, na segunda-feira (16), também em Congonhas, procedente de Minas Gerais. A parada se deu no limite da pista.