A alternativa do porto de Vila Pernambuco, em Inhangapi, sugerida pela Frente Parlamentar Pró-Hidrovias e Portos do Pará, para solucionar o impasse criado em torno do embarque de gado em pé, encurtaria em pelo menos 45 Km as viagens de carretas, aliviando o tráfego na região metropolitana. O porto fica a 70 Km de Belém, via rodoviária, e a 55 Km pelo rio Guamá, e é ligado à BR-316 pela Estrada do Itaqui. Lá já atracam balsas transportando 400 animais, mas existe apenas um trapiche, em condições precárias. Se o local for estruturado, poderiam atracar embarcações com capacidade para até oito mil animais em pé, acredita o deputado Márcio Miranda (DEM), que há anos defende o aproveitamento do porto de Pernambuco e o asfaltamento da estrada de acesso, com 19 Km de extensão, que atravessa os municípios de Castanhal, São Miguel do Guamá e Inhangapi, mas até hoje não foi incluída formalmente na malha viária estadual.

Os deputados Luis Cunha (presidente), Gabriel Guerreiro (relator), Márcio Miranda e Júnior Hage, membros titulares da Frente Parlamentar Pró-Hidrovias e Portos do Pará, fizeram visita técnica ao porto de Vila Pernambuco, em Inhangapi, e constataram que a utilização do local evitaria os transtornos causados pelo transporte de carga viva no Porto de Belém e que resultaram em proibição judicial dessa atividade nos portos da CDP na capital.

Defendendo a opção como estratégica, o deputado Gabriel Guerreiro (PV) ressalta as vantagens do aproveitamento do lugar. “Se o governo do Estado construir um terminal adequado, dá para fazer não só embarque de gado em pé, mas também de outros produtos da região, em balsas, que poderiam ser transportados com facilidade pelo rio Guamá até os navios fundeados às proximidades do porto de Belém, fazendo o transbordo da carga sem necessidade de desembarque. Além de não causar engarrafamentos no trânsito e não prejudicar o pavimento das ruas, seria um benefício ambiental, porque Belém ficaria livre de boa parte do gás carbônico que hoje é produzido pelo tráfego pesado de carretas em direção ao porto, sem falar no cheiro dos animais, que incomoda a população e prejudica o turismo”, frisa o relator da Frente.

Munido de croquis topobatimétricos, o deputado Luis Cunha (PDT) mostra que as profundidades ao longo do rio Guamá, desde a orla de Belém até Bujaru, destacando pontos a serem transpostos pelas embarcações, como a tomada d’água da Cosanpa, o linhão de Eletronorte e a ponte sobre o rio Guamá, permitem a passagem de navios com até 27 metros de altura (ou até mais, se tiver mastro retrátil) e calado médio de oito metros, apontando a viabilidade técnica do projeto. “Os portinhos têm um significado enorme para a nossa população, que usa os rios como estrada natural. São os barcos que transportam passageiros e cargas entre as diversas localidades e os centros. Precisamos de investimentos para adequar a nossa geografia à economia. A vocação do porto de Pernambuco é fato constatado. Sua localização estratégica garante perfeita navegabilidade”, afirma o presidente da Frente Pró-Hidrovias e Portos.

Para o deputado Júnior Hage (PR), a Frente Parlamentar desempenha papel político decisivo, ao chamar a atenção do governo do Estado para o alto retorno de um investimento focado nos portos e terminais de carga nos municípios do interior. “É preciso que o governo aloque os recursos necessários à construção do porto de Vila Pernambuco. Eu sou do oeste do Pará, e tenho defendido a construção de terminais portuários de cargas em vários municípios da Calha Norte. Fiz questão de vir e constatei que, com tratamento adequado, toda a produção do Nordeste do Estado poderá ser escoada por aqui, alavancando o desenvolvimento da região. O porto é tão perto da capital, tem tanto a oferecer. Só ao eliminar um problema de Belém, o empreendimento já se justifica”, salienta o parlamentar.

Fonte: Franssinete Florenzano