Até essa terça-feira, 3, o poster nunca havia conversado com a vereadora Irismar Sampaio, do PR de Marabá. Conhecimento que tinha dela, apenas de vê-la pela imprensa.

Tão logo teve seu nome oficializado na convenção do PR candidata a deputada estadual, Irismar tomou algumas decisões simpáticas e decentes, comprovadamente em desuso pela cada vez mais moralmente pobre classe política brasileira.

Ontem , ao saber através de um colega da parlamentar que a mesma pediu licença do cargo de vereadora , devolvendo, ainda, à mesa diretora seus dois telefones funcionais e o veículo a que tem direito, de certa forma a novidade foi absorvida pelo blogger com forte dose de incredulidade.

Se a memória não estiver falhando, nunca chegou a nosso conhecimento fato idêntico.

Vereadora, deputado estadual  ou federal, licenciar-se do cargo para disputar uma eleição, abdicando ainda de telefones e veículo pagos pelo contribuinte?!

O fato despertou curiosidade, muita curiosidade,  com leve sentimento de que nem tudo ainda é desprezível, quando avaliamos a postura ética de nossos representantes.

De pronto,  procuramos manter contato com a vereadora, sendo socorridos pelo agradável Marquinho Mutran, da Secom de Marabá, que nos forneceu o celular pessoal de Sampaio.

Breve papo de  cinco minutos nos revelou uma moça de 32 anos articulada, formada em Pedagogia e evangélica,  explicando com simplicidade  as razões que a levaram pedir licença do cargo, para disputar uma vaga à Assembléia Legislativa:

          – Como esse gesto não é usual entre  colegas de parlamento, inicialmente a decisão pode estar sendo vista como mera ação demagógica. Mas eu tenho certeza que não teria condições de vir pedir voto do eleitorado paraense propondo ética e  bons costumes, usufruindo do cargo de vereadora e das vantagens que ele nos oferece, como telefones e carro de graça. Com a licença do cargo, você sabe, deixei de receber o salário da Câmara Municipal, e isso está me fazendo falta, muita falta, já que a gente vive hoje apenas dessa atividade,  mas as dificuldades estão sendo superadas, além da certeza de que jamais teria condições de fazer  campanha em busca de votos e me manter focada na atividade parlamentar, agora que os trabalhos legislativos foram reiniciados.

A atitude de Irismar merece registro, e  sua carreira política deve também ser  observada com mais atenção.