Quem informa é o jornalista  Diego Andrade:

 

O trabalho da Polícia Civil para coibir e prevenir os assaltos a banco no Estado tem apresentado resultados positivos. No ano passado, foram presas pessoas 85 envolvidas com o crime. O número é considerado recorde pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRCO). Somente no primeiro trimestre de 2015, o número de prisões chega a 18.

O interior do Estado é o alvo preferido dos assaltantes, que agem geralmente em três modalidades: “crime do sapatinho”, quando o parente de algum funcionário do banco é sequestrado; “cangaço”, em que um grupo fortemente armado ameaça a população e os funcionários do banco, e por último o “crime do maçarico”, que consiste na abertura dos cofres eletrônicos com maçaricos.

“As quadrilhas de assalto a banco são oriundas de vários Estados. Dificilmente o grupo pertence a um único lugar. Na nossa última operação, prendemos criminosos de quatro Estados diferentes, que foram responsáveis pelos roubos em São João do Araguaia. Eles foram presos em Marabá, Redenção, Araguaína, no Tocantins, em Imperatriz, no Maranhão, e outra parte da quadrilha em Goiânia”, diz o delgado Evandro Araújo, da DRCO.

Para melhorar a atuação da polícia no interior do Pará, foram instalados os Núcleos de Apoio de Investigação nas cidades polo Santarém, Redenção, Marabá e Castanhal. “Com essas unidades especializadas temos um controle maior das regiões. Também fazemos parcerias com as delegacias especializadas de outros Estados, entre eles Maranhão, Tocantins e Goiás, o que aumenta ainda mais o alcance das nossas investigações. Não existe crime que não deixe rastro, e no caso do assalto a banco, são crimes que deixam muitas marcas, como explosivos, digitais e carros. Conseguimos seguir o rastro dos criminosos”, diz o delegado.

Redução – Segundo a polícia, entre as modalidades que vêm diminuindo estão os crimes da “saidinha” e do “sapatinho”, graças aos novos procedimentos adotados pelos bancos para proteger clientes e funcionários. Uma das iniciativas que têm ajudado a diminuir o crime da “saidinha” é a instalação dos biombos, divisórias nos caixas que impedem a visualização dos clientes e transações.

“A concepção inicial dos biombos foi para prevenir contra o crime da saidinha bancária, ou seja, não é uma proteção ao banco, e sim aos clientes. Antes da instalação do biombo, tínhamos observado que os clientes ficavam muito expostos durante o atendimento no caixa, pois todo mundo na fila podia observar o que estava sendo feito. A ideia foi inibir essa visualização para alguns elementos externos”, explica o superintendente de segurança do Banco do Estado do Pará (Banpará), Sérgio Fontoura.

Outra medida foi posicionar de maneira lateral as cadeiras para os clientes, facilitando o trabalho do vigilante, que consegue visualizar quem está tentando olhar as atividades dos usuários e dos caixas. “Os seguranças estão treinados para fazer esta abordagem e inibir qualquer ação. Essa ação diminuiu consideravelmente o número de saidinhas bancárias nas nossas agências”, frisa Sérgio Fontoura.