Naquele mesmo final de semana seguinte, provavelmente no sábado, Jurivê Macedo teve que ir a São Luís. Na segunda, dez dias depois de nossa manchete, por volta de dez da manhã recebo telefonema do nosso editor.

– Estás sentado?, perguntou a mim. Escuta, então: – “Cobra de aproximadamente nove metros foi morta em um igarapé próximo a cidade de Imperatriz, no Maranhão….”

Lido o texto, Jurivê informava que aquilo estava em pagina interna do Jornal do Brasil (numa escala de dez leitores, jornal preferido de oito brasileiros nos tempos de chumbo da ditadura) que ele acabara de abrir no hotel onde se encontrava hospedado. O jornal circulara no domingo, dando mais uma espichada na bichona do Bacuri.
Muitas gozações curtidas depois do que acabamos de ler, o meu querido e mestre Jurivê – um dos jornalistas de mais fina ironia e humor que conheço -, me prepararia bote auspicioso, ao escrever em sua coluna do dia seguinte mais ou menos isso:

– A cobra de cinco metros encontrada no igarapé Bacuri, mesmo depois de morta, só faz crescer. Foi noticiada no jornal O Imparcial com dois metros a mais de seu tamanho normal (esse normal aí foi por conta do Juredo, viu? ) e o Jornal do Brasil estampa para os leitores do país que a sucuri tem, em verdade, nove metros de cumprimento. Minha expectativa agora fica por conta do tamanho da cobra a ser dado pelo New York Times.