Terminal Rodoviário sem o nome de Pedro Marinho de Oliveira
Terminal Rodoviário sem o nome de Pedro Marinho de Oliveira (Foto Alex Nery)

A Câmara Municipal de Marabá, tempos não muito idos, estabeleceu lei denominando o Terminal Rodoviário de Marabá, localizado à Folha 32, “Pedro Marinho de Oliveira”.

Justa homenagem a um dos personagens mais ilustres da história do município.

Durante alguns meses,  depois de promulgada, a lei foi cumprida, imortalizando o nome de Pedro Marinho de Oliveira.

Quem passava ao largo do terminal, contemplava o nome do saudoso maranhense, nascido às margens do rio Tocantins,  na bela cidade de Carolina, e adotado marabaense pelo amor que nutria pela terra..

Pedro Marinho de Oliveira  foi eleito prefeito de Marabá pelo voto direto por dois mandatos.

Uma terceira gestão viria através de nomeação  do governo federal.

Pedro Marinho de Oliveira, à esquerda, orgulhoso, na solenidade de formatura do filho César, graduado em Medicina (Arquivo pessoal)
Pedro Marinho de Oliveira, à esquerda, orgulhoso, na solenidade de formatura do filho César, graduado em Medicina (Arquivo Blog)

Casado com dona Dulce, viúva de Augustinho de Queiroz, então irmão do também ex-prefeito de Marabá, Anastácio de  Queiroz, o casal teve oito filhos.

Um deles, Félix Marinho, também dedicou parte de sua vida à carreira pública, elegendo-se por dois mandatos, vereador de Marabá.

Assim como o pai, que passou pela vida pública sem ´meter a mão na gaveta´, zelando pela ética e honestidade, Félix Marinho cumpriu sua função parlamentar defendendo valores de cidadania e decência.

Os dois, Pedro e Félix, paralelamente à vida pública, geravam empregos atuando na extração de castanha – sendo ambos expoentes da vida econômica do município por muitos anos.

 Primeiro à esquerda Felix Marinho,  no momento de diplomação da Câmara de Marabá.(Arquivo Blog)
Primeiro à esquerda Felix Marinho, no momento de diplomação da Câmara de Marabá.(Arquivo Blog)

O barracão de castanha da família ficava no Marabazinho (hoje, orla), bem ao lado da casa onde este blogueiro nasceu.

À noite, quando carregavam e descarregavam barcos de castanha, o barulho comum àquela atividade embalava meu sono.

O  encanto  pela vida pública está no sangue da família Marinho.

O neto de Pedro, filho de Félix – o competente advogado Félix Marinho Filho atua na roda-viva da política municipal, atualmente ocupando cargo técnico, mais precisamente à frente da Controladoria Geral do Município.

Função mais do que apropriada para um dos expoentes da família Marinho, onde a ética e respeito aos bons costumes sempre teve lugar cativo.

Félix Marinho Filho, secretário da Controladoria Geral do Município de Marabá.
Félix Marinho Filho, secretário da Controladoria Geral do Município de Marabá.

Pois bem, depois das apresentações àqueles que desconhecem a história de Marabá, voltemos ao tema.

A empresa Sinart, de origem baiana, tão logo assumiu o controle dos terminais rodoviários do Pará – tendo o patrimônio de Marabá listado em seu portfólio -, agilizou, como uma de suas primeiras providências, a retirada do nome de Pedro Marinho de Oliveira do alto do prédio da estação rodoviária.

E ficou por isso mesmo.

Ninguém deu um pio.

Manifestações na Câmara de Marabá, raríssimas.

O golpe desmoralizante de uma lei municipal não afetou nenhum parlamentar, pelo menos em tonalidade de repercussão ampla.

A empresa Sinart Norte controla aeroportos e terminais rodoviários em diversos estados.

Gerencia em escala, sem nenhum compromisso com a história, valores e personalidades de cada município.

Claro, sabemos, um bem privado não está na ilharga das leis municipais, mas respeitá-las  e seguir normas de posturas -, são obrigações inalienáveis.

Por que retirar o nome de Pedro Marinho de Oliveira do terminal de Marabá, e manter o de “Hildegardo Nunes”,  do terminal de Belém?

Porque lá o pau canta dia e noite, se os valores de sua história são agredidos!

Aqui, não!

“Fica por isso mesmo”.

Será que não aparece um vereador  colhudo, determinado a peitar a Sinart?

Um deputado estadual?

O nome da família Marinho de Oliveira merece respeito.

Muito respeito.

O da Sinart, não!

É uma empresa que explora nossos terminais, não realiza uma obra para melhoria do  atendimento, oferecendo conforto aos usuários sofridos.

E olha que são dezenas de terminais de sua propriedade.

Só para citar alguns: Belém, Altamira, Bragança, Capanema, Capitão Poço, Castanhal, Santa Luzia, Magalhães Barata, Marabá, Maracanã, Mosqueiro, Salinópolis, Santarém, São Miguel, Santa Maria, Tucuruí, Vigia, Viseu, Parauapebas, Jacundá, Curuça, Igarapé Açu, Irituia e Ourém.

A Sinart é uma empresa que está sempre na corda bamba, mirada pelo Ministério Público de Belém, forçada a a cumprir TACs jamais cumpridos.

Diversos Termos de Ajustamento de Conduta (TAC) já foram assinados, para garantir obras de melhoria na estrutura do Terminal Rodoviário e garantir acessibilidade para os usuários da capital.

Aqui em Marabá, o blogueiro jamais tomou conhecimento de alguma preocupação de nosso Ministério Público quanto ao funcionamento do terminal com respeito à cidadania.

A bagunça predominante não sensibiliza ninguém.

Lástima das lástimas.