Morreu às 21 horas dessa segunda, feira, 30, em Belém, o artista plástico marabaense Pedro Morbach, vítima de infarto.
Filho de Augusto Morbach, o maior pintor paraense precursor da arte em nanquim, Pedro predominou sua obra retratando o castanheiro e a vida ribeirinha – lançando-se também a denunciar a devastação das florestas, que ele e o pai tanto amaram pela convivência direta experimentada nas matas de castanhais
Pedro Morbach morreu aos 76 anos.
O enterro está ocorrendo nesta manhã, no cemitério Recanto da Saudade, na capital paraense.
Augusto Morbach teve quatro filhos: o jornalista Frederico Morbach, Pedro, Rômulo e José Arthur – os dois últimos aindo vivos,
Aldenise Carneiro
20 de outubro de 2023 - 01:03Era muito amigo de meu pai, Antônio Carneiro, que se conheceram quando papai andou por essa região. Em casa tínhamos 2 quadros feitos por ele (ainda lembro perfeitamente) que se perderam infelizmente, durante uma mudança. Mas, essa era uma lembrança recorrente em casa.
Osório Pinheiro
13 de maio de 2012 - 22:54Ganhei do meu pai Antônio G. Pinheiro um belo quadro desse artista. Esta comigo aqui em SP. Todo em nanquim, retrata um ribeirinho numa canoa. Meus sinceros sentimentos à familia.
Plinio Pinheiro Neto
6 de maio de 2012 - 23:38Obrigado José Antonio pela bondade de suas palavras.A esta altura da vida conforta-me e muito, que pessoas como voce, me vejam com tais olhos.Que DEUS o abençoe grandemente e guie e guarde os seus passos por onde quer que ande.Tenho profundo respeito pelas pessoas que construiram a história de nossa terra e sem dúvida nenhuma, nas letras, na arte, no comércio e na política (Frederico) os Morbach contribuiram e continuam a contribuir de forma expressiva.Um grande orador paraibano, Alcides Carneiro, dizia que se recusava a abaixar seus olhos para fitar anões, mas os levantava, admirado, para fitar gigantes.Assim é comigo, quando olho para o passado e admiro o trabalho de nossos pioneiros e de todos que trabalharam para que Marabá seja, nos dias de hoje, este marco de civilização que tanto nos orgulhece.Lembro-me de todos eles,exercendo os mais variados ramos de atividade e lhes sou muito grato por tudo que fizeram. Lembro-me dos passadores (canoeiros) que todas as manhãs levavam à outra margem do Itacaiunas a juventude de Marabá, para amealhar conhecimentos no Colégio Santa Terezinha. Das dominicanas que edificaram os alicerces de nosso saber? madre Margarida, irmã Zoé, irmã Rita, irmã Lais, irmã Alexandrina e sua maravilhosa voz, irmã Celina e tantas outras.Na verdade, os escaninhos de minha alma guardam o tesouro do mais fino ouro da admiração e gratidão aos gigantes de nosso passado e para relembrá-los, citá-los e agradecer-lhes o espaço que nos concede o estimado amigo Hiroshi Bogea seria e é muito pequeno.
Francisco Sampaio Pacheco
2 de maio de 2012 - 16:01POR DOIS ARTISTAS
Penso que em certos casos quando uma pessoa vai a óbito, é porquê a medicina ainda está aquém da sua capacidade, assinando um atestado de falência, onde não pode nem ao menos prolongar a vida aliviando a dor.
Pedro Morbach, alma de artista, trazendo consigo uma leveza, levando nossa paisagem para os quadros encantando os olhos de quem aprecia.
Como disse certa vez meu amigo Aragão: Marabá dos poetas, dos cantores, dos escritores e por aí vai….
Lembro-me muito bem desse grande artista Pedro, soube brincar com sua arte do lado, tal qual o Pedro Vale, outra alma de artista, que fazia da vida um palco também de brincadeira com suas mania de beber em demasia.
Presenciei muitas vezes o Pedro Vale quando já era noitinha, ele com seu cachorro feroz, com seu cachorro protetor atracava nos bares e dizia: Bom dia seus cabrinhas (era noitinha,mas estava na frente sua saudação cortês) como poderia esquecer tão grande figura que nem ele? Com a sua impertinência de alguém fazendo pedido de mais uma dose de cachaça.
Pedro morbach certamente pintará o paraíso deixando-o assim mais belo. Pedro vale não precisará mais da branquinha, e com seu amigo CÃO está passeando por lugares belos.
Fica a dor de uma saudade. Eu estou triste tanto quanto!
Saudações!
José Antônio
2 de maio de 2012 - 09:55Dr. Plínio, sábias palavras, cada vez que leio seus escritos ou que ouço suas falas, fico encantado. O Sr. fala e escreve de uma forma tão serena que nos transmite uma seriedade muito grande. Fico feliz por esta TERRA tem tido filhos como o senhor.
Os nomes acima citados, foram realmente ícones da história de Marabá que, como o senhor falou, estão fazendo questão de jogá-los para o esquecimento. Lendo o seu comentário, vi o nome de Raimundo Cunha, foi ele quem entregou para o meu pai, pessoa muito carente, que morava em área alagada, o lote onde está erguida a casa onde moramos até hoje e, realmente, aqui neste Bairro não tem o nome de uma travessa sequer que o homenageie. Dia desses meu pai comentava essa falta de reconhecimento.
Vi mais uma vez que o senhor fala com conhecimento de causa.
À família Morbach, meus sentimentos pela perda e lembrando sempre que mais precioso que o reconhecimento pelos homens na TERRA é o reconhecimento pelo PAI NO CÉU.
A PAZ do SENHOR esteja com todos!
João Salame
2 de maio de 2012 - 09:01Meu abraço à família Morbach, pródiga em filhos talentosos. O mundo da cultura e da generosidade perde mais um grande valor.
Morbach
1 de maio de 2012 - 20:47Grande Plínio,
Sempre dando um toque de memória sobre os notáveis desta cidade de Marabá.
Pra falar de dois, João Seriema, por exemplo, ele foi o autor da bandeira de Marabá, um dos nossos três símbolos cívicos. O hino da cidade é herança do jubileu de ouro, foi a música e a canção vencedora do concurso realizado àquela época. O brazão de armas, é de Morbach, o Velho.
E o Eduardo Abdelnor, artista do filme Um Diamante e Cinco Balas ( o filme sumiu..), em Belém integrou elencos nas peças teatrais montadas por lá. Antes do atual governo, estava tudo certo, contato com a família, encomenda de biografia, retrato, tudo.., para ser o patrono da escola da Folha 16, que hoje leva o nome do cel. Anastácio de Queiroz.
Não podemos continuar pródigos em ingratidões.
Agenor Garcia
jornalista
Morbach
1 de maio de 2012 - 20:46Grande Plínio,
Sempre dando um toque de memória sobre os notáveis desta cidade de Marabá.
Pra falar de dois, João Seriema, por exemplo, ele foi o autor da bandeira de Marabá, um dos nossos três símbolos cívicos. O hino da cidade é herança do jubileu de ouro, foi a música e a canção vencedora do concurso realizado àquela época. O brazão de armas, é de Morbach, o Velho.
E o Eduardo Abdelnor, artista do filme Um Diamante e Cinco Balas ( o filme sumiu..), em Belém integrou elencos nas peças teatrais montadas por lá. Antes do atual governo, estava tudo certo, contato com a família, encomenda de biografia, retrato, tudo.., para ser o patrono da escola da Folha 16, que hoje leva o nome do cel. Anastácio de Queiroz.
Não podemos continuar pródigos em ingratidões.
marabaense nato
1 de maio de 2012 - 20:41Hiroshi, eu concordo em parte com o Plínio a respeito de alguns nomes citados por ele, a maioria realmente merecedores do nosso reconhecimento.
Recentemente comentei nesse espaço que a Câmara Municipal ‘vive’ homenageando pessoas inúmeras, que aqui chegaram recentemente e nada mostraram ou fizeram -na grande maioria das vezes- por essa terra ou por seus filhos.
Reclamei essas coisas com um vereador marabaense e disse que a desunião dos marabaenses é terrivel e extremamente prejudicial, e cito ainda como exemplo de alguns dirigentes que chegaram ao poder totalmente despreparados para dirigir nossos destinos em função dessa falta de comprometimento com nosso povo, nossa cultura. É uma tristeza, mas os nossos conterrâneos gostam mesmo de ‘derrubar’ os filhos da terra, o resultado é isso que se vê.
Sei que sou um privilegiado pois tenho obras do Augusto e do Pedro Morbach e lamento muito a perda do Pedro a quem sempre considerei brilhante e tive oportunidade de dizer isso ao próprio.
Anônimo
1 de maio de 2012 - 18:29Pedro não morreu!
Na foto, a casa de palha que ilustra os 99 anos de Marabá em 5 de abril próximo passado, tem uma placa de madeira bem visível e, nela está escrito: “Casa do Castanheiro”. Uma mulher concentrada admira o que vê pendurado. Parece lembrar de alguma coisa ou pessoas – quem sabe: simples admiração de que tudo até pouco tempo ainda estava vivo, de pé, enraizado, pintando.
Olhando mais detalhadamente, é possível observar tralhas e ferramentas típicas da época da safra da castanha, usadas pelos castanheiros para cozinhar, caçar, cortar os ouriços no meio da chuva e dos castanhais.
Pedro Morbach, de modo diferente, como se fosse os próprios objetos, não derrubava castanheiras nem cortava ouriços. Sua arma era a pintura, o pincel, a tela e, com toques de genialidade herdadas do pai, pintava belos quadros a retratar o passado histórico de Marabá.
De repente, tudo isso termina… leio no Blog HB, a noticia da morte de Pedro. Ocorre-me, de imediato, tristes e saudosas lembranças: A casa do Castanheiro, a mulher, a placa de madeira e a morte de Pedro.
Morrer pintando, não é morrer. As pinturas e seus quadros serão eternas árvores nativas pintadas na memória de cada brasileiro, especialmente os que puderam conhecê-lo de mais perto.
Tijuca, RJ
João Dias
Plinio Pinheiro Neto
1 de maio de 2012 - 13:16Caro amigo Hiroshi.
Nossa terra tem sido pródiga em ingratidões com os seus valores intelectuais, artisticos e morais.Rapidamente, lembro-me de Joãozinho Seriema, Iran Monção, Frederico Morbach, Eduardo Abdelnor, Augusto Bastos, Sinhozinho Morbach, Augusto Morbach, Azizinho Mutran, Coutinho, Pedro Vale, João Maria Barros, Mario Mazzini, entre outros que me fogem à memória e que se destacaram na pintura, nas letras, no teatro ou foram paradigmas de honradez na vida pública, como Pedro Marinho de Oliveira, Dionor Maranhão, Raimundo Rosa (também nas letras), Raimundo Cunha, para falarmos apenas de quem não está mais conosco. Por outro lado, se voce percorrer os bairros mais novos, vai encontrar ruas e mais ruas homenageando pessoas ainda vivas, num flagrante desrespeito à Lei, que proibe tais homenagens.Agora foi o Pedrinho Morbach, glória das artes paraenses, que tem seu umbigo enterrado nas barrancas do Tocantins e viveu seus últimos anos esquecido de quantos passaram pelo poder em nossa terra.A nossa história verdadeira está morrendo com os nossos antigos e isso é lamentável.Pergunte a um jovem estudante de Marabá sobre algum destes nomes que citei acima, ícones de nossa estruturação social, intelectual e artistica e ele os desconhecera solenemente.
Marise Morbach
1 de maio de 2012 - 13:12Genial mesmo, mas há muito anos não pintava mais. Estava recolhido em si mesmo.