São 13h30.

Começa a chover forte aqui em Marabá, molhando o sisudo e silencioso inicio de tarde desta quinta-feira um pouco melancólica.

Chove de chuva a água molhando o quintal aqui de casa, sem trovões nem relâmpagos.

A alcova do céu anuviado nem repara folhas e altas galhas da mangueira que dá manga-rosa duas vezes ao ano.

O quintal de casa preserva o verde.

Há manga-rosa, limão, carambola e outras frutas, do tempo em que Sonia morava por aqui e semeava a natureza.

A chuva continua caindo forte, chamando o poster a competir com ela esse momento sublime de jorro de águas e palavras no monitor.

Há muitas redes guardadas no imenso baú posto num quarto de casa. Bate agora vontade de atar uma delas, e embalar, ouvindo o som da chuva chovendo água de inverno trôpego.

Mas o blogger resiste.

                – Isto é hora de se atar rede?!, denuncia o consciente.

Aqui dentro de casa, enquanto a chuva banha o ainda silencioso asfalto desta metrópole sobressaltada de esperança por um dia sem violência, ao longe, se ouve um bem-te-vi saudando o espetáculo de águas, diante desse divino cenário de gorjeios naturais.

Na garagem de casa, olhando pela janela do quarto, xaxins guarnecem samambaias beijando os fortes pingos antes tímidos que se avolumam em gargarejos da tormenta que por aqui desaba.

Chuva que não cessa, persistente, apressadamente inundando ruas e becos.

De repente, achando-se matreiro rosnar de poeta, o poster se imagina pássaro entre as nuvens carregadas.

Tiraram a tampa do céu…