Bob Dylan está rompendo máxima construída por ele mesmo, nos anos 70, ao dizer que ninguém é profeta fora de sua terra. Seu novo álbum, “Together Through Life”, atingiu a terceira semana consecutiva em primeiro lugar na parada de sucesso britânica.

Ao ler a notícia,  imagens antigas do poeta do rock são resgatadas pela memória. Tiradas do tempo em que matas e bosques na gravura desses olhos refletiam sonhos juvenis.

Quando o céu estava muito azul e eu & ela passávamos por baixo desse céu. Ao mesmo tempo com medo dos cachorros e sem muita pressa de chegar do lado de lá.

Do lado de cá não resta quase ninguém, apenas maduros sonhos nos olhos cansados de pouco ver.

Tudo sobe num redemoinho leve, deixando antever um resto de rosto ou outro.

Peito aberto e rasgado.

Hoje, gostaríamos de fazer uma canção de protestos de estima e consideração, mas essa língua portuguesa nos  deixa (louco) rouco: os acordes dissonantes já não bastam para cobrir nossas vergonhas.

Nossa nudez transatlântica

De repente, está provado: Bob Dylan possui dotes aparentemente inesgotáveis.