Rarefeito de seguidas ausências da cidade, somente agora o poster assenta-se para assimilar os últimos acontecimentos na área política do Estado, medindo as consequências do sempre previsível reaparecimento acabraiado do senador Mário Couto (PSDB), no plenário do Senado.

Toda vez, repetindo gestos teatrais, o verdugo vomita ódio, preconceito, desrespeito, baixarias e o seu desprezível estilo de atacar a governadora Ana Júlia como se estivesse no centro de uma sala debatendo malfeitos com os bicheiros mais perigosos desse país.

O que disse Mário Couto de Ana, atenta contra qualquer princípio de civilidade.

O Congresso Nacional (basta constatar na TV Senado) tem parido o que há de mais sujo e demente como representação popular – salvas as sempre sadias exceções.

A grande maioria ali dentro são predadores com traços de psicopatia que utiliza suas atividades profissionais para conquistar não apenas poder imensurável, como para auxiliá-los na camuflagem social daqueles que não levam uma vida francamente marginal – mas que são, em ultima instância, delinquentes mais perigosos.

O bom do ato avacalhado do pós-graduado em contravenção Mário Couto é a conscientização de que há, definitivamente, longo desafio imposto a este Estado para superar suas mazelas históricas, a começar pelo fato de termos no cenário político o que há de mais raso e doentio a representá-lo nas hostes de um Senado da República.

De nada adianta o Estado começar a conviver com o esboço de um novo modelo de desenvolvimento, priorizando inclusão digital, verticalização do aço, extensão de cursos universitários com a criação de Universidades Federais em suas regiões Sul e Oeste, alargamento de centros de ciência e tecnologia, se no rastro de todas essas ações não ocorrer a dedetização de setores da política estadual.

A presença de Mário Couto no Congresso Nacional, só isto, é o suficiente para enfraquecer vergonhosamente o moral de nosso Estado e a boa vontade de quem ainda se esforça para encontrar algo de valor em alguém que ocupa a tribuna para arrotar mau-hálito, podridão e expressões dignas dos grandes chefes das organizações criminosas.

Vergonhoso, sob todos os aspectos, sermos obrigados a conviver ainda com gente da extirpe do político tucano, cujo passado recente de dono de bancas de jogos de azar espelha saborréia crônica, expõe nossos jovens a exemplos condenáveis e desestrutura qualquer sentimento de convivência sadia num estado democrático como o nosso.

Paralelamente aos esforços descomunais de mudança do modelo de desenvolvimento, precisamos, todos, arregaçar as mangas para extinguir do cenário político figuras abjectas como Mário Couto e similares.

Do alto de seus hábitos de estrebaria, esse vergonhoso senador paraense é um mau exemplo para nossos jovens que sonham um dia seguir a carreira política.

A forma como ele usa a tribuna do Senado, aproveitando seu foro privilegiado, desacredita a instituição.

O futuro que imaginamos para o Estado do Pará ( e eu sou paraense, nascido em Marabá, com muito orgulho e paixão) – pensamos seja o sonho de todos – passa bem longe do que assistimos na TV Senado.

Queremos uma pátria limpa, comandada por políticos limpos, envolvidos até o talo com a ética e os bons modos.

Mário Couto não trafega por aí.

Ele representa o Mau.

E o Mal.